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Não lembro de ter visto fenômeno igual em Curitiba. Ainda pela manhã, torcedores do Belgrano já cercavam o Couto Pereira. No almoço, os argentinos enchiam o Shopping Mueller. Mais tarde, estavam em todos os bares próximos da Reitoria e perambulavam pelo centro da cidade.

E à noite, finalmente, os piratas, como são conhecidos, encheram boa parte do setor de visitantes do Couto Pereira. Cabem cerca de 4 mil pessoas no local, aos fundos do Alto da Glória, e os visitantes dominaram o espaço, com suas faixas e trapos em azul.

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É preciso contextualizar. O Belgrano é um time inexpressivo da Argentina. Seus grandes feitos foram rebaixar o River Plate, em 2011, e em 1986, ver Maradona disputar um amistoso com a camisa do clube. Só foi campeão da liga local e jamais levantou um caneco nacional. Atualmente, é 0 29º entre 30 times do Campeonato Argentino.

Tudo bem, o duelo com o Coxa, pelas oitavas da Sula, é o maior momento internacional dos 111 anos de história da equipe. Mesmo assim, é impressionante como tanta gente larga tudo, em plena quarta-feira, dia útil, para acompanhar um jogo de futebol a 2 mil quilômetros de casa.

Nunca vi as torcidas de Atlético, Coritiba e Paraná realizarem algo parecido. É caso raríssimo com outros times pelo Brasil . E, embora não tenha dúvidas de que os argentinos são mais apaixonados que os brasileiros, não sei explicar tamanha loucura. Alguém sabe?