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Brincando de etimologia no Twitter com o Req
| Foto:

(FOTO: trollface [domínio público] e reprodução de detalhe do perfil do Twitter do atualmente senador do Estado do Meu Paraná Roberto Requião)

Foi no tempo da internet à corda, em fevereiro de 2010, quando estávamos aprendendo que ferramentas como o Twitter horizontalizavam mais os relacionamentos entre poder e cidadão.

Falávamos todos de igual para igual, em 140 caracteres matreiros, malemolentes e de várzea.

O Requião, ou o Req, como costumam chamá-lo nas redações, era um twitteiro dos mais ativos, respondendo nem sempre educadamente os tweets que o interpelavam.

Para bem ou para mal, ele gosta de interagir com o público e, nesse quesito, é um mestre. Sob certa óptica.

Naquele dia vi que ele tuitou alguma coisa sobre a origem etimológica da palavra “aluno”.

Eu já tinha me enganado da mesma forma e, considerando a influência do então governador, preferi arriscar-me a educadamente corrigi-lo a fim de que a sua credibilidade não fosse um multiplicador de um erro que qualquer um pode cometer. Ainda mais endossado pelo Req.

Fiz questão de citar a fonte da informação, inclusive, como você pôde ver.

Vou citar o trecho principal, para evitar que alguém venha com a história de que “a” significa negação e “luno” viria de luz:

(…) a idéia que já está ganhando campo vantajoso e, infelizmente, desastroso é a de que a palavra significa “não luz”, ou “sem luz”, pois, segundo etimologia forjada e levianamente inventada, “é formada pelo prefixo a-, que significa negação, e pelo elemento lun-, adulteração de lumen, luminis, do latim, que significa luz”… Vimos que se trata de erro grosseiro, destituído de senso crítico e de espírito científico dos inventores da tal etimologia, pois a palavra, que já existe em latim muito antes de Cristo (alumnus), significa, dentre outras idéias: criança de peito, lactente, menino; e, daí: aluno, discípulo.

O que se deu a partir daí foi um divertido embate entre um mero cidadão careca, provavelmente usando apenas roupas debaixo sob as cobertas de sua cama (talvez nem isso), e o supremo mandatário do Estado do Meu Paraná e catedrático da escolinha do Requião (que acontecia todas as segundas-feiras no auditório do Museu Oscar Niemeyer).

A coisa acabou aí.

Eu emoldurei essa conversa e a leiloei durante minha palestra no Fórum de Mídias Digitais e Sociais, dia 4 de dezembro do mesmo ano, em Curitiba.

Foram arrecadados R$ 150 que foram doados à Wikipedia.

Minha palestra foi sobre Internet e Criatividade e a abordagem foi a respeito da importância dos trolls como elemento desestabilizador nesse contexto.

Não sei se o Requião ainda é assim no Twitter, pois não o tenho acompanhado. Depois desse episódio, acho que ele ficou meio irritado comigo e me bloqueou.

Bem feito pra mim! Onde já se viu?

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