Flores de abobrinha à venda no Mercado Municipal. Proporcionam lindos e saborosos pratos. (Fotos/ Anacreon de Téos)| Foto:

São pequenos detalhes, pequenos itens, ingredientes pouco comuns que constroem a beleza e o sabor da cozinha. E ai, no caso, também uma dose de ousadia, para trabalhar com produtos além dos corriqueiros.

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Como a flor de abobrinha, por exemplo. Para os italianos isso é comum. Pode dar um Google e buscar por “fiori di zucchini” para comprovar. Aparecem pratos, receitas e fotos a não mais bastar, o suficiente para dar água na boca. Flor de abóbora (Zuca) também se usa, com pequena diferença de sabor entre elas.

O mais comum neste é fazer recheada e empanada, fica uma delícia como entrada ou mesmo petisco. A flor de abobrinha, menorzinha e mais delicada, nem sempre se presta a tal, por oferecer pouco espaço para o recheio. Mas também seria possível. Ou, então, empanar e fritar direto, sem mais nada, deixando-a crocante e irresistível.

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Nas minhas incursões, nos meus passeios pelo Mercado Municipal de Curitiba tive a boa surpresa de encontrar flores de abobrinha para vender. Aí bolei um cardápio para o fim de semana, que teria um Risoto de camarão com flores de abobrinha (receita da chef Roberta Sudbrack) como prato principal. Fui lá comprar no sábado e não tinha mais.

“Como assim? Ontem estava cheio, no espaço da banca da Sidneia (SN Frutas e Verduras) e agora mais nada?” – fui pego de surpresa. E tive de mudar a receita, saindo um risoto um pouco, digamos, mais comum.

As bandejas chegam ao mercado somente nas manhãs de terças e sextas e, mesmo assim, em quantidades limitadas, por conta das dificuldades do produtor com o clima, já que as flores são muito frágeis. São vendidas a R$ 7 a bandeja.

Mas não desisti. Terça-feira chegou e lá estava eu, garantindo minha bandeja de flores e já pensando no que poderia fazer. Já tinha pensado numa quiche antes de garantir as flores. Gosto muito, de todas as suas variações. Imaginei primeiro uma de alho-poró ou outra de cogumelos, com base do que havia na geladeira. Mas quando vieram as flores, mudou tudo e parti para adaptar a receita ao novo produto.

Como tinha abobrinha disponível, juntei as peças. Cortei-a em rodelas finas e grelhei. Preparei a massa brisée (a básica para quiches e outras tantas tortas) e misturei os ingredientes para o recheio depois de a massa estar assada. As flores entraram por último, mas foram ao forno normalmente (só retirei os pistilos, que amargam), assando por uns 20 minutos.

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Quer inspiração para a receita? Vamos lá, então.

Bom apetite!

Quiche de abobrinha e flores de abobrinha

Ingredientes

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Massa

2 ½ xícaras de farinha de trigo

150g de manteiga derretida

1 ovo

100 ml de creme de leite fresco

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100 ml de leite

Recheio

2 abobrinhas médias, cortadas em rodelas

1 bandeja de flores de abobrinha

1 colher (sopa) de manteiga

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2 ovos

100 ml de leite

100 ml de creme de leite

1 xícara de queijo parmesão ralado

Sal e pimenta-do-reino (moída na hora, de preferência)

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Preparo

Ponha a farinha sobre uma superfície lisa, faça um buraco no meio, acrescente a manteiga derretida e misture levemente. Reserve.

Bata o ovo com o creme de leite fresco e o leite, até ficar homogêneo. Aos poucos, adicione essa mistura à farinha e mexa, até que desgrude das mãos. Se necessário, adicione mais farinha.

Coloque a massa em uma forma de fundo removível e asse em forno baixo (150ºC), preaquecido, por cerca de 15 minutos ou até estar firme (cada forno tem seu tempo).

Refogue rapidamente as rodelas de abobrinha na manteiga.

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Faça um creme com os ovos, o leite e o creme de leite. Aos poucos, coloque o queijo ralado, tempere com o sal e a pimenta e misture bem.

Coloque o creme sobre a massa já assada, a abobrinha e por cima ajeite as flores. Leve ao forno médio (180ºC), preaquecido, por mais de 15 minutos ou até dourar levemente.

Rendimento: 14 porções.

(Se desejar faça quiches em formas individuais.)

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