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Uma loja especializada em chimarrão
| Foto:
Bebel Ritzmann
Nas prateleiras da nova loja, vários tipos de cuias e outros acessórios para um bom chimarrão, além de ervas de diferentes texturas e locais.
Bebel Ritzmann

Uma casa especializada em erva mate é a novidade em Curitiba a partir de amanhã (04). Será inaugurada a loja Chimarrão Shop, em Santa Felicidade, com a proposta de oferecer tudo que seja do agrado de quem tem no chimarrão um de seus hábitos diários.

E para demonstrar que o consumo da erva vai muito além do chimarrão, as sócias Sandra Lia Bazzo e Marilene Teló recebem convidados especiais, a partir das 14h30 de amanhã. Drinques, receitas salgadas e doces tendo a erva mate como ingrediente serão servidos, marcando oficialmente a abertura da loja. A Chimarrão Shop vai comercializar diversas marcas de erva mate para chimarrão e tererê, além de utensílios como cuias, bombas, garrafas térmicas e acessórios. E dá uma extrapolada para outros itens, como panelas de ferro e de cerâmica.

Há algumas poucas experiências da erva mate como ingrediente gastronômico, mas uma delas, bem interessante, foi a do chef Alex Atala, que serviu certa vez um Béarnaise de chimarrão como complemento para uma receita de batata-doce. Outras poucas investidas aconteceram, mas o amargor da erva mate limita sua inclusão na culinária.


O chimarrão é nosso

A erva mate foi uma das principais culturas do Paraná durante um bom tempo, justificando por aqui o surgimento do chimarrão. Sim, o chimarrão é paranaense, pelo menos territorialmente falando, pois era bebida dos índios guaranis, aqui estabelecidos. Segundo narra Barbosa Lessa, em seu livro “História do Chimarrão”, em 1554, o colonizador espanhol Domingo Martínez de Irala, chegou nas terras de Guaíra, atual Paraná, e foi recebido por 300 mil guaranis, com alegria e hospitalidade. Além da acolhida, o que chamou a atenção foi que os índios de Guaíra eram mais fortes do que os guaranis de qualquer outra região, mais alegres e dóceis. Entre seus hábitos, havia o uso de uma bebida feita com folhas fragmentadas, tomadas em um pequeno porongo por meio de um canudo de taquara na base um trançado de fibras para impedir que as partículas das folhas fossem ingeridas. Os guaranis chamavam-na de caá-i (água de erva saborosa) e dizem que seu uso fora transmitido por tupã.

O consumo se alastrou pelos países da América do Sul e a produção fortaleceu a economia. Com a abertura da estrada Serra Graciosa, em 1876, Curitiba se tornou um centro de exportação, transformando a erva mate em uma das maiores riquezas nacionais. No século XIX, o Paraguai se isolou dos outros países, proibindo a exportação de erva mate para fora do país. Isto fez a Argentina e o Uruguai substituírem a erva mate paraguaia pela brasileira, desenvolvendo o seu cultivo no Paraná e em Santa Catarina, regiões outrora despovoadas. Foi o chamado Ciclo da Erva Mate, que até os dias de hoje tem no Paraná um dos grandes produtores nacionais.

Isso tudo, certamente, poderá ser discutido e ratificado no evento de amanhã, no novo paraíso para os tantos paranaenses apaixonados por chimarrão.

Chimarrão Shop
Avenida Manoel Ribas, 5570, Santa Felicidade
Fone: (41) 3272-1500

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