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Um jantar irrepreensível, executado pelo chef Celso Freire (como se isso não fosse redundância) e por sua filha Gabriela, marcou a comemoração em Curitiba dos 140 anos da vinícola chilena Santa Carolina. Para tanto, estiveram por aqui, no espaço Celso Freire Gastronomia, confraternizando com convidados especiais e jornalistas da área de enogastronomia, Santiago Larraín, diretor e membro da família Santa Carolina; Andrés Caballero, enólogo; Christian Wylie, diretor comercial; Cristian Benavente, diretor de mercado; Manuela Mourad, gerente de hospitalidade; e Martín Barros, gerente de exportação.

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Os prazeres da noite começaram com os amuses bouches, Ostras frescas com vinagrete de melancia e lascas de bonito, Carpaccio de cordeiro com mostarda picante e queijo pecorino e Trouxinha de patê de foie gras com velouté de cogumelos, todos eles acompanhados do vinho Specialties Ocean Side Sauvignon Blanc 2014 (R$ 99,48), um vinho que nasce no Vale de San Antonio, uma nova e exclusiva região enológica do Chile. De cor amarela com toques esverdeados, puxa por aromas cítricos e toques minerais. Na boca, com o mineral em primeiro plano, marca pela persistência.

Bem refrescante, o vinho escoltou bem os petiscos e foi melhor ainda com a entrada do chef, o Ovo “perfeito” com purê de mandioca e trufas – o que foi surpreendente, pois o ovo não costuma ser o companheiro mais fiel nessas horas de harmonização. E o ovo perfeito é excepcional. Já havia experimentado o que Freire fez em evento no Centro Europeu e desde então me encantei pelo resultado final do processo de cozimento na temperatura constante de 65%. Com o aveludado purê de mandioca e a lasca de trufa, então…

O primeiro prato da noite foi um Carré de leitão defumado ao forno com gratin de legumes, que teve a companhia de um vinho muito agradável, o Specialties Carignan 2011 (R$ 99,48). Uva de pouca difusão por lá, a Santa Carolina encontrou vinhedos históricos de pequenos produtores da Carignan com plantas entre 60 e 80 anos de idade, a partir das quais se produz um vinho complexo e singular. É a expressão de um terroir até então esquecido. Cor rubi com aromas de amoras e toques de violetas, além de notas florais e terrosas. Com acidez balanceada, complexo, foi uma bela surpresa.

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O segundo prato foi um Stinco de cordeiro com compota de batatas, frutas secas e especiarias. A carne da canela do bicho veio se desmanchando ao toque do garfo e o tempero discreto (apenas uma marinada de alecrim e depois regado com o próprio molho do cozimento por 4 horas) comprovou tudo o que se acha do melhor da cozinha: a simplicidade.

Vieram dois vinhos para a escolta. O VSC 2008 (R$ 243,68) é um blend das uvas Cabernet Sauvignon, Malbec, Carmenère e Petit Verdot que estagia por 18 meses em barricas novas de carvalho francês e outros 12 meses em garrafa antes de ser comercializado. O resultado é um vinho de boa estrutura, com longo final na boca. O outro foi o Herencia 2007 (R$ 624,61), rótulo que é o ícone da Santa Carolina, elaborado com a uva Carmenère de dois dos melhores terroirs chilenos para a variedade: Peumo (Cachapoal) e Los Lingues (Colchagua). Entre seus segredos, o amadurecimento de 18 meses em barricas de carvalho francês, sendo que no primeiro ano 100% do vinho passa por barricas novas; 60% do vinho permanecem mais seis meses nessas mesmas barricas e os 40% restantes são transferidos para outras barricas novas por seis meses. Antes de ser comercializado, fica ainda seis meses em repouso na vinícola. Com toques de frutas vermelhas e especiarias, é encorpado, boa acidez, taninos moderados e muito equilibrado.

A sobremesa, por Gabriela Freire, foi Frutas grelhadas com zabaglione de balsâmico branco. Ideal e perfeita para o final feliz.

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Vinhos no mercado

Todos os vinhos degustados na noite festiva estão disponíveis no mercado brasileiro. Também em comemoração ao aniversário, foram lançados outros vinhos que logo estarão à disposição dos brasileiros: Specialties Cool Mountain e Santa Carolina Reserva de Família Pinot Noir. Este ano também marca a reabertura da sede Santa Carolina ao turismo, restrito desde 2010, em razão do forte terremoto que abalou o Chile naquele ano.

A Viña Santa Carolina foi fundada por Don Luis Pereyra Catapos em 1875, que batizou a vinícola em homenagem à sua esposa, Carolina Iñiguez. Hoje a Santa Carolina, propriedade da família Larraín, é uma das vinícolas mais importantes do país. Em suas instalações, no centro da cidade de Santiago, destacam-se a casa colonial e a cave subterrânea, declarada Monumento Nacional em 1973, construída pelo arquiteto francês Emile Doyère, em 1877.

Os vinhos da Santa Carolina são trazidos ao Brasil pelas importadoras Porto a Porto e Casa Flora.

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