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Movimentação na Bolsa de Nova York
Movimentação na Bolsa de Nova York| Foto: Spencer Platt/Getty Images/AFP

O ano nem bem começou e já temos fatos quentes que movimentam o mercado financeiro. Com a morte do principal líder militar iraniano, Soleimani, após ataque dos EUA, surgiram grandes discussões em torno do tema e - claro - com repercussão nos preços das ações e commodities, como ocorre desde a última sexta-feira (3). Com a insegurança do que poderá ocorrer daqui para frente, certamente ainda veremos desdobramentos acerca do assunto. Diante dos ruídos de curto prazo que também impactam na bolsa brasileira, poderemos ver o surgimento de algumas oportunidades, como sempre ocorre em épocas ou em decorrência de fatos como esses. Tweets seguidos do presidente norte-americano Donald Trump deixam em aberto novos embates, assim como do lado iraniano e de seus aliados. Ainda no domingo (5) alguns ataques foram realizados por ambos os lados.

Mas, de fato, o que podemos esperar com isso e por que impacta o seu bolso? A começar pelo segundo ponto e pelos preços dos ativos negociados no mercado, o preço do barril de petróleo subiu fortemente no encerramento da semana passada e seguiu a escalada nesta segunda-feira (6). É possível que essa tendência de alta se mantenha a depender dos desdobramentos. Importante ressaltar que o valor do barril negociado em Nova York já é bem próximo da máxima cotação atingida em 2019. Sendo assim, o preço dos combustíveis por aqui pode ser reajustado, gerando impacto de curto prazo na inflação se isso ocorrer. A princípio apenas deveremos acompanhar esse embate de forma mais atenta, já que certamente ele poderá mexer com seu bolso no curto prazo.

Em relação as perspectivas do confronto, ainda é incerto tecer comentários. Além disso, é importante deixar claro que 2020 será ano de eleições presidenciais nos EUA e que, portanto, podemos esperar imprevisibilidade acerca dos rumos que Donald Trump dará ao país nos próximos meses. Cito isso sem referenciar apenas questões geopolíticas, mas também discussões comerciais que envolvem a América, seja daquilo que estamos assistindo com a China ou até mesmo de medidas protecionistas adicionais sobre setores empresariais como assistimos recentemente envolvendo o preço do aço ante Brasil e Argentina. No mercado, quando citamos algum fato que traz incertezas temos aquilo que chamamos de volatilidade ou oscilações acima da média nos ativos. É nesse momento que surgem oportunidades que podem se transformar à curto ou longo prazo. Como 2019 foi ano de geração elevada de ruídos (seja na política nacional ou no cenário externo), acredito que grande parte do público aprendeu como lidar com tal situação. Ademais, fica claro que é no lucro das empresas no longo prazo que grande parte dos atores está focado, como os gestores de fundos.

Para os novatos no mercado de renda variável - e acredito que esse número será cada vez maior em 2020 – fica o recado para um cuidado adicional em momentos como esses, pois alguns preços podem se descolar da realidade dos fundamentos das empresas de forma momentânea. Diante de todo esse contexto, podemos afirmar que iniciamos o ano com variáveis e riscos que anteriormente eram desconhecidos. Mercado de ações é exatamente assim. Aos que tem acompanhado a alta das últimas semanas, é necessário pautar que nem só de alegrias vive o comprado em ações, mas que se mantiver a disciplina e o foco inicial as perspectivas são positivas para o longo prazo.

Nos próximos dias, semanas ou até meses ainda poderemos estar discorrendo sobre o mesmo assunto. No entanto, quero deixar claro que nem o maior expert pode afirmar categoricamente quais serão os desdobramentos desse embate e suas consequências. Dessa forma, é necessário aguardarmos as sinalizações e as ações do governo brasileiro sobre o tema. Se o petróleo sobe por razões externas, a Petrobras irá reajustar o preço dos combustíveis ou o Governo Federal irá frear tal situação causando arrepios no livre mercado? Enfim, o importante desse fato todo para nós, brasileiros, é saber tirar lições positivas do tema no que tange aos investimentos pessoais, assim como manter a cautela no aguardo da continuidade desse conflito.

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