
A Câmara dos Deputados vota nesta quarta-feira (02) requerimento para que tramite em regime de urgência o Projeto de Lei 984/2019, de autoria do deputado paranaense Vermelho (PSD) que cria a figura da Estrada-Parque, uma nova categoria de unidade de conservação que permite a abertura de estradas (com trânsito controlado e ações ambientais) em áreas de proteção. Na prática, o projeto visa a reabertura da Estrada do Colono no Parque Nacional do Iguaçu, ligando os municípios de Serranópolis do Iguaçu e Capanema, que foi fechada, em definitivo, por decisão judicial em 2001.
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“Está na pauta a urgência para meu projeto de criação de uma nova unidade de conservação chamada Estrada-Parque Caminho do Colono. Pedi a urgência porque temos mais de 30 mil projetos na fila para serem apreciados aqui na Câmara. Quando a gente consegue a urgência, consegue tirar o projeto desta fila e fazer com que ele seja apreciado com muito mais celeridade”, comentou Vermelho.
A reabertura da estrada tem forte resistência das organizações ligadas ao meio ambiente, por cortar o Parque Nacional do Iguaçu, possibilidade de desmatamento de 20 hectares (como apresentado pelo Ministério Público Federal, que se posicionou contra a reabertura da estrada em audiência pública sobre o tema) e risco à fauna do Parque.
“Estamos enfrentando os adversários, os contrários à construção desta estrada ecológica, que será muito responsável, cuidando muito da fauna e da flora. Uma estrada que vai fomentar o turismo na região”, disse Vermelho. “Itaipu deverá embarcar nesta causa e lançar, se aprovado o projeto, um concurso internacional para selecionar o projeto mais sustentável possível de estrada-parque. Vamos provar que o ser humano é responsável e sabe preservar o meio ambiente. Estamos no ano de 2021, temos capacidade de fazer uma estrada sustentável sim, que vai beneficiar a todos, sem prejudicar ninguém”, acrescentou.
A bancada paranaense está dividida sobre o tema. Enquanto alguns parlamentares concordam que a reabertura da estrada alavanca o potencial econômico dos municípios do Oeste e Sudoeste do estado, outros são bastante críticos à proposição, como Gustavo Fruet (PDT). "É inacreditável, mas vão votar uma matéria que tem decisão judicial transitada em julgado na Justiça Federal. Pior. Justamente no momento em que o mundo questiona as políticas ambientais brasileiras".
Do Partido Verde, a deputada Leandre diz que aceita discutir o projeto, mas não com urgência. “Ainda não analisei a proposta. Precisa de um detalhamento dos prós e contras. Por isso que o debate é importante, é a oportunidade de seus autores mostrarem que o projeto traz melhorias para a região e segurança ambiental”, disse. “Por isso, não vejo necessidade da urgência. O projeto pode até ser bom, mas o debate nas comissões pelas quais ele precisa tramitar pode aprimorar a proposta. Além disso, temos temas mais urgentes para apreciar no plenário”, disse.
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