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Romanelli discursa como novo filiado do PSD em frente ao governador Ratinho Junior e o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab| Foto: Divulgação / PSD

O PSD se consolidou como a maior bancada da Assembleia Legislativa do Paraná ao filiar, nesta sexta-feira (25), seis deputados estaduais. Em evento para mais de mil pessoas, no restaurante Madalosso, em Curitiba, assinaram a ficha de filiação ao partido do governador Carlos Massa Ratinho Junior, o presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano (ex-PSDB), e os cinco deputados que até então integravam o PSB: Alexandre Curi; Artagão Junior; Jonas Guimarães; Luiz Cláudio Romanelli; e Tiago Amaral. Com as novas filiações, o partido chega a 11 deputados estaduais, e o número ainda crescerá até o fim da atual janela partidária, em 2 de abril.

Neste sábado (26) filia-se ao PSD o ex-presidente estadual do PSDB Paulo Litro, ao lado de seu pai, Luiz Fernandes Litro. Na próxima semana, são aguardadas as filiações de Evandro Araújo (PSC), Pedro Paulo Bazana (PV) e Rodrigo Estacho (PV). Estacho, inclusive, esteve presente no evento desta sexta-feira, subindo ao palco junto com os novos filiados ao PSD. “Ainda não defini, aguardo uma última conversa com a direção do PV local. Mas, com a iminente formação da federação entre o PV e o PT, não teria como eu seguir no PV e apoiar o governador Ratinho, então, a tendência é que eu mude para o PSD”, disse à coluna.

Os cinco deputados do PSB migraram em grupo para o PSD porque não tiveram garantia da direção nacional do partido - e nem da estadual -, de que poderiam apoiar Ratinho Junior na eleição de outubro, mesmo com o partido indicando Geraldo Alckmin a vice do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva. “Nós tínhamos uma unidade, tínhamos ido à Brasília junto com os deputados federais, fomos recebidos pelo presidente Carlos Siqueira com o governador, e de lá saímos com o posicionamento claro de que, independentemente da escolha do PSB nacional, nós teríamos liberdade aqui para fazer a coligação com o candidato à reeleição, Ratinho Junior. Posteriormente houve a situação da federação, que a princípio seria decidida até o mês de março, houve a decisão do Supremo postergando essa decisão para maio, o partido não sinalizou nem sim ou não com essa federação e, com essa incerteza e impossibilidade caso ocorra uma federação após o prazo eleitoral de não coligar com o governador Ratinho Junior, nós preferimos deixar o PSB”, justificou Alexandre Curi.

“Ducci fez movimentos que o deixaram sozinho no PSB”

Romanelli criticou diretamente o presidente estadual do PSB, deputado federal Luciano Ducci. “Tínhamos feito uma aliança, com aval do diretório nacional, para que pudéssemos fazer uma coligação aqui no Paraná entre o PSB e o governador Ratinho. Pelo que sei, continua em vigência. O que aconteceu foi um problema local, por conta das decisões que o deputado federal Luciano Ducci tomou de assumir o comando partidário, impedindo aquilo que era reivindicação dos cinco deputados, de que eu assumisse a presidência do diretório estadual do PSB - inclusive com apoio do deputado Aliel Machado e com a concordância do presidente Severino (Araújo, ex-presidente do partido)", falou. "Na verdade, o deputado Luciano Ducci fez movimentos que o deixaram, literalmente, sozinho no PSB”, completou, lembrando que Aliel Machado também está de saída do PSB, devendo filiar-se ao PV.

Romanelli, Curi, Artagão e Jonas Guimarães trocaram o MDB pelo PSB por desavenças com o ex-governador Roberto Requião e, agora, deixam o PSB pelo risco de o partido se aliar a Requião (hoje no PT). “Esse risco é permanente e esse é um dos problemas que temos que enfrentar, porque sempre fui favorável que o PSB nacionalmente fizesse a coligação com o ex-presidente Lula ainda no primeiro turno, que trouxesse o governador Alckmin para o PSB, porém a nossa divergência é no plano estadual. A questão nacional não tem nenhum problema, a saída do PSB é exclusivamente por problemas locais”, disse Romanelli, afirmando que, mesmo no PSD, apoiará Lula na eleição nacional, caso a disputa permaneça polarizada entre o petista e o presidente Jair Bolsonaro (PL).

A concorrência interna não assusta os novos deputados do PSD, que acreditam que a atual legislação eleitoral favorece os partidos mais estruturados. “Sempre se discutiu a diminuição do número de partidos políticos no país, e acho que isso deverá acontecer a partir desta eleição: a impossibilidade de coligações, o novo cálculo para as sobras e a exigência de que o candidato faça, no mínimo, 20% do quociente eleitoral para ser eleito fazem com que candidatos bem votados em partidos bem votados não sejam mais prejudicados”, disse Tiago Amaral.

Traiano troca PSDB pelo PSD, mas nega rompimento com Beto Richa

Já Ademar Traiano troca o PSDB pelo PSD depois que seu antigo partido decidiu lançar candidatura própria ao governo, do ex-prefeito de Guarapuava César Silvestri Filho, o que o impediria de apoiar Ratinho Junior. “A escolha, na verdade, não é de agora. Eu fui o dissidente do PSDB ainda quando o Ratinho era pré-candidato a governador [o PSDB apoiou Cida Borghetti]. Eu o acompanhei no projeto político, lá no começo, tive problemas internos dentro do PSDB e, portanto, acreditando no projeto de governo, no que ele vem fazendo no Paraná, tomei a decisão agora porque era o momento oportuno”, disse.

Traiano negou, no entanto, que sua mudança de partido represente um rompimento com o ex-governador Beto Richa (PSDB), que articulou a filiação e pré-candidatura de Silvestri. “Política é dinâmica, a cada minuto você tem novidades e vai acontecer isso no processo nacional também, muitas surpresas vão surgir. O que não significa rompimento com o ex-governador Beto Richa, aliás fui seu líder, presidente da Assembleia. Sou amigo pessoal, vou ajudá-lo na eleição. Tenho muito companheiros, prefeitos, ex-prefeitos e lideranças que vão estar com o ex-governador Beto Richa na campanha eleitoral. Não há rompimento algum. A vida política nos permite construir adversários momentâneos, mas não inimigos”.

Os seis novos deputados do PSD juntam-se a Cobra Repórter, Francisco Buhrer, Hussein Bakri, Mauro Moraes e Gugu Bueno (que filiou-se ao partido na última terça-feira, 22) como a maior bancada da Assembleia Legislativa. Na Câmara dos deputados, o partido que já contava com quatro parlamentares, filiou, também, o deputado Luiz Nishimori e as deputadas Luisa Canziani e Leandre nesta janela partidária.

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