A eleição municipal deste ano teve recorde de candidatos a prefeito de Curitiba. Uma das razões foi o fim das coligações nas proporcionais, imposta pela reforma política. Uma candidatura forte na eleição majoritária foi a estratégia encontrada pela maioria dos partidos para fortalecer sua chapa de vereadores: seja com o voto de legenda, ou mesmo com a estrutura de campanha, vinculação das candidaturas, ou aparições com o candidato. No Partido dos Trabalhadores, no entanto, aconteceu o contrário.
O PT apostou em um nome novo para a disputa da prefeitura, o professor da Universidade Federal do Paraná, Paulo Opuszka. A campanha de Opuszka, no entanto, não decolou e ele conseguiu, apenas, 20.537 votos, ficando na 8ª posição entre os candidatos à prefeitura, com pouco mais de 2% dos votos válidos.
Já na eleição proporcional, o PT surpreendeu, saltou de uma para três cadeiras na Câmara de vereadores e somou 49.677 votos para o total de seus candidatos, praticamente 150% a mais que os votos para o candidato a prefeito. Se recebesse os mesmos 49 mil votos de sua chapa a vereadores, Opuszka teria feito cerca de 5% dos votos válidos, e ficaria na quarta posição das eleições para prefeito.
Nas eleições de 2016, por exemplo, Tadeu Veneri, candidato do PT à prefeitura, recebeu 39.758 votos (4,28%); a chapa de vereadores, no entanto, recebeu 27.852 votos, conquistando apenas uma vaga na Câmara, com Professora Josete.
O resultado deste ano lança dúvidas sobre a estratégia do partido de lançar um nome novo na política como candidato a prefeito. Com um eleitor considerado fiel e engajado, o partido poderia ter aproveitado melhor a boa votação de seus vereadores para turbinar a candidatura majoritária.
Já no PDT, a “onda Goura”, que levou o candidato ao segundo lugar, com 13% dos votos, saindo de 5% na primeira pesquisa Ibope, não chegou à chapa de vereadores. Apesar de o candidato a prefeito ter recebido praticamente 110,9 mil votos, os candidatos do PDT receberam 47,6 mil votos para vereador, conquistando as mesmas três cadeiras que o PT. A análise destes números indica que muitos eleitores que votaram em vereadores do PT escolheram o pedetista como candidato a prefeito.
Presidente municipal do PT, o ex-deputado federal Ângelo Vanhoni afirmou à coluna que o resultado das urnas serviu de resposta a quem questionou que uma candidatura menos conhecida à prefeitura poderia dificultar a chapa de vereadores. “Tinha companheiros preocupados que o desempenho do candidato a prefeito poderia diminuir o potencial da chapa para vereador. Eu sempre ponderei que nossa chapa era robusta e competitiva, que faria duas cadeiras com naturalidade e que a terceira poderia vir no decorrer do processo”, disse. Para ele, os eleitores não fazem uma decisão vinculada da candidatura de prefeito à de vereador. “Eleitor escolhe seu vereador por identificação com a pessoa ou com a causa que ela representa, seja da educação, da saúde, da igualdade racial ou de gênero”.
Vanhoni também afirmou que o PT não se arrepende da decisão de lançar Opuszka como candidato a prefeito, ao invés de um nome mais conhecido (Tadeu Veneri chegou a registrar-se para as prévias do partido, mas retirou seu nome antes da votação). “Companheiros defenderam o nome do Tadeu, que poderia desempenhar melhor, por ser mais conhecido, por já ter disputado as eleições de 2016, já sair com um capital eleitoral, mas a candidatura do Paulo foi a decisão da maioria do partido, num processo democrático interno, depois de dois anos de discussão”.
-
Mais de 400 atingidos: entenda a dimensão do relatório com as decisões sigilosas de Moraes
-
Leia o relatório completo da Câmara dos EUA que acusa Moraes de censurar direita no X
-
Revelações de Musk: as vozes caladas por Alexandre de Moraes; acompanhe o Sem Rodeios
-
Em jogo ousado, Lula blinda ministros do PT e limita espaços do Centrão no governo
Decisão de Moraes derrubou contas de deputado por banner de palestra com ministros do STF
Petrobras retoma fábrica de fertilizantes no Paraná
Alep aprova acordos para membros do MP que cometerem infrações de “menor gravidade”
Após desmoronamento, BR-277 em Guarapuava ficará ao menos uma semana com bloqueio parcial
Deixe sua opinião