Para quem estava parado, andando a pé, a cavalo ou dirigindo em sentido contrário, os recados de pára-choque de caminhão tiveram sua fase áurea. Era a chamada filosofia de estrada.
E havia gente que colecionava. Algumas ficaram famosas, com grande quilometragem:
– Não sou 7 de setembro mas sou uma parada.
– 70 me passar, passe 100 atrapalhar.
– A culpa é minha e a coloco em quem eu quiser
– A esperança e a sogra são as últimas que morrem.
– A mulher foi feita da costela, imagine se fosse do filé.
– Até sexta 13 é melhor do que a segunda-feira.
– A única mulher que andou na linha o trem pegou.
– A vida é dura pra quem é mole.
– Alegria de poste é estar no mato sem cachorro.
– Amigo e parafuso só se conhece na hora do aperto.
– Adoro minha sogra, que Deus a tenha.
– Amor de mulher é Real.
Toque de mestre
Até Millôr Fernandes deu sua contribuição. A seção Achados&Perdidos resgatou um desenho que mostra a fachada de um caminhão Fenemê, onde lê-se, no pára-choque: “Saudadi do Sarney e da gonorréia”.
Hoje, os pára-choques deram lugar aos decalques que circulam por aí grudados em automóveis. Com humor, um deles recomenda aos mais nervosos e afoitos que vão pescar. Santa pescaria, pelo menos antigamente, quando pegar lambari do rabo vermelho ainda não tinha virado uma caça ao tesouro.
Agora, como diz Natureza, ir pescar deixou de ser descanso, paz e tranquilidade. Virou um tormento. Tem congestionamento na saída e na volta, pedágio, barbeiragens a cada quilômetro, bafômetro e, no velho pesqueiro, colocaram cerca de arame farpado com o aviso amarelo: cerca energizada.
É, cerca eletrificada virou cerca energizada, uma vez que eletrificar cerca é proibido.
Talvez o único remédio para não pirar de vez seja lembrar que, segundo estudos médicos, estresse e mau humor engordam.
Natureza:
– Isso pelo menos explica porque a população brasileira está cada vez mais obesa.
ENQUANTO ISSO…
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