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Um desafio para a CSI
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Com uma pequena vocação para Sherlock Holmes, muito pequena, como gosta de frisar, Natureza Morta acompanha algumas séries da TV. Isso quando não está enfurnado na biblioteca da Vila Piroquinha.
Desse modo, acabou descobrindo, não por raciocínio analítico, ou analítico/dedutivo, a série CSI: Crime Scene Investigation.
Mas, como faz questão de ressaltar, “elementar, meu caro Beronha”, mantém total preferência pelo Holmes. Principalmente no cinema quando interpretado pelo ator Basil Rathbone, filme preto e branco, caso de Sherlock Holmes e a Casa do Medo (The House of Fear).

De volta à telinha

Retornando aos filmetes da série, Natureza ficou sabendo que eles também fazem sucesso em Portugal. Por aquelas bandas, ganhou o nome de CSI: Crime Sob Investigação. Menos mal.
– Melhor do que a tradução de Ben Hur, que em Portugal virou O Charreteiro Infernal – intervém Beronha.
O solitário da Vila Piroquinha curte todos os CSI, embora tenha maior queda pelo CSI: NY e o CSI: Las Vegas.

Um prato cheio

Dia desses, à espera do chá das 5, para o qual Beronha, pontualmente, sempre chega às 18, Natureza ficou imaginando – enquanto olhava para a mesa posta – como seria um almoço com a turma do CSI.
Almoço em restaurante com buffet e grill.
A cena: um dos investigadores forenses do Departamento de Criminalística descobre, na primeira garfada, um fio escuro junto ao arroz.
– É um cabelo?
– Não, mais parece um cílio… – responde o segundo investigador, o chefe, que aproveita e dá uma aula: em citologia, cílios são apêndices das células eucarióticas com movimento constante numa única direção.
– De fato, e o nome vem do latim. Significa pestana, pela sua similaridade aparente – concorda o primeiro, para não deixar por menos.

Mais à frente

Antes de concluir que se trata de um cílio, mais investigadores juntam-se à dupla. Um deles, inclusive, disse ter descoberto, no meio do feijão preto, um possível besouro. Minúsculo, mas um besouro. A hipótese, porém, foi descartada por um outro colega:
– Pelas bordas e outros elementos, trata-se de um grão de feijão. Feijão com carruncho… – arrisca.
Na falta de todo aquele arsenal fantástico do laboratório, decidem se concentrar no caso do cílio.
Mas alguém atalha: descobri que a azeitona já foi usada em refeição anterior. E que este palito de dente é usado…
– Foi difícil? Tinham saliva, fez exame de DNA?
– Não. Da azeitona veio quase só o caroço, todo mascado. Repleto de marcas de dente. Quanto ao palito, continha pequenas manchas de batom.
De volta ao cílio. Com um palito de fósforo, o primeiro investigador retira o pequeno exemplar e o coloca sobre um pires. Rapidamente, com ajuda da água mineral (com gás) põe por terra uma série de teorias e hipóteses.
– É um cílio. Aliás, um cílio postiço. E é da nova cozinheira, a Esmeralda…
– Como descobriu tudo isso?
– Quando fiz meu prato, observei pela janela oval da cozinha. São três homens e uma mulher.
– E daí?
– Daí que os três jogam futebol comigo há muito tempo e os conheço muito bem. Já a mulher, é minha vizinha, do apartamento do fim do corredor. Ela me disse, no elevador, que começaria a trabalhar aqui hoje… E que, para fazer bonito, daria uma passada antes no salão de beleza, coincidentemente aqui ao lado. Tratamento facial, começando pelos cílios, frisou. Um dos pêlos, no entanto, não ficou bem afixado. Despencou ao receber uma baforada de vapor da dobradinha quando abriram a panela e cozinheira, ainda inexperiente, quis ver bem de perto do que se tratava.
Caso encerrado. Entram os comerciais.

ENQUANTO ISSO…


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