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Devo ou não mudar de emprego?
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Nos últimos dias, uma pesquisa divulgada pela rede social LinkedIn, despertou muita curiosidade no mundo corporativo. O levantamento mostra que perto de 80% dos profissionais brasileiros não se candidatam a vagas de emprego que gostariam ou que têm interesse. O motivo seria o medo de que a nova oportunidade seja pior que o emprego em que estão. Desta forma, mesmo estando insatisfeito com a atual colocação, o profissional tende a ficar na mesma posição.

Confesso que a pesquisa não me surpreendeu. Em três décadas trabalhando com recrutamento e seleção, posso afirmar que entrevistei mais de 25 mil profissionais e, muitos, nesta condição. Desse montante posso cravar que dois profissionais estiveram dispostos a mudar de emprego, simplesmente pela oportunidade de fazer algo diferente, focado somente na evolução da carreira.

Havia o medo de se deparar com coisa pior? Sem dúvida. Mas o fator preponderante desses profissionais era a sua questão financeira. Ou seja, se a proposta ofertasse valor maior, o risco poderia ser melhor analisado. Desta forma, geralmente quem muda de emprego nestas condições, recebe neste novo emprego o valor de 15% a 20% a mais quando comparado ao atual salário.

Então se você se encontra nesta posição, não se culpe, pois faz parte de uma maioria esmagadora. Porém, é possível não se tornar refém desta condição. Se você está sem ânimo para levantar pela manhã e enfrentar a rotina de trabalho, fique atento, é hora de encarar uma nova realidade. Como?

Minha sugestão é montar um plano B, paralelo a sua atividade atual. Faça-o de forma que ele cresça lentamente, mas de forma consistente. Quando menos você esperar, esse plano estará no patamar do seu plano A e ou até maior que ele. Então é hora de mudar.

Penso que dá para proceder de duas formas. A primeira delas é fazer uma busca no próprio mercado de trabalho. Avaliando empresas e oportunidades a fundo. Se preparar bem para essas vagas. Identificando a melhor oportunidade. Detalhe: procure fazer esse movimento enquanto estiver empregado, pois seu poder de negociação será muito maior.

Outra alternativa é buscar o plano B independente. Vou compartilhar a minha própria experiência. Durante anos eu trabalhei como empregado. Estava feliz em minha posição. Mas eu achava que era possível fazer algo a mais e que naquele momento não era possível devido as características de minha posição dentro da organização.

Então iniciei o projeto de plano B – por mais de um ano comecei a fazer consultorias em horas vagas, após o horário de trabalho e nos fins de semana. Fui aperfeiçoando os métodos, criando uma clientela até que chegou o momento de assumir o plano como sendo o principal. Me desliguei da companhia sem nenhum receio e certo de que a sólida construção que havia feito meses antes era o melhor caminho. E por cá estou há 32 anos.

O que fica de tudo isso é: somo humanos, temos medos e incertezas. Mas nunca teremos 100% das respostas. A questão é que não precisamos ficar a vida toda, muitas vezes até entediados, presos por uma conveniência. É possível criar nossas próprias oportunidades, arriscando de maneira sábia, investindo nosso tempo e planejando o próprio passo.

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