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Lâmpada
Não existe empresa inovadora sem que exista, por trás, uma cultura que sustente os processos para que a inovação ocorra.| Foto: Jannoon / Freepik

Nos últimos anos, à frente da área de inovação da ISH Tecnologia e como co-fundador da AAA Inovação, vi o surgimento e a proliferação de inúmeras iniciativas, empresas e criadores de conteúdo que adoram falar sobre o tema "inovação", mas que, na maioria das vezes, não vão muito além do discurso e, raramente, podem dizer que fizeram algo realmente inovador em suas carreiras.

Um dos temas mais quentes deste mundo - e adorado pelas empresas e conteudistas que mencionei acima - é o de Cultura de Inovação. Não existe empresa inovadora sem que exista, por trás, uma cultura que sustente os processos para que a inovação ocorra. E aí está, talvez, a incoerência mais gritante: cultura se cria, vivendo a empresa, criando interação com as pessoas, fortalecendo ritos e rituais, escritos e não escritos. Por isso, me admira alguém que nunca viveu isso de fato conseguir falar de algo que só é possível de ser criado pela… vivência!

Criar uma cultura inovadora, como bem sabemos, não é nada fácil. Mais difícil do que criá-la, contudo, é fazer com que ela permaneça relevante ao longo do tempo. Já vi diversos casos de empresas que foram capazes de criar ações inovadoras em momentos específicos, mas que não foram capazes de perpetuar aquelas iniciativas. Assim, seus projetos de inovação podem até dar certo, mas não se traduzem em algo que perdura no tempo e que traz resultados constantes para a empresa.

Baseado na minha própria experiência, existem quatro pontos basilares para que possamos construir uma cultura de inovação que resista ao teste do tempo:

1 - Planejamento

Parece clichê, mas muitas empresas ainda acham que inovação é algo que simplesmente “acontece”. É como um momento “eureka”, um spark of genius. Embora até tenhamos casos como esses, a inovação nada mais é do que um processo. Por isso ela deve fazer parte, formalmente, do planejamento da companhia e deve ser discutida, de forma recorrente, por seus líderes.

2 - Métricas

Se não temos métricas, não podemos medir nossas iniciativas de inovação, com dados e valores claros, que nos dizem em quais áreas estamos acertando, quais precisam de atenção e quais deveríamos deixar para lá.

3 - Oxigenação

Não existe inovação sem diversidade. Quanto mais diversos nossos times forem, mais ideias diferentes teremos para trabalhar. Isso cria um processo de oxigenação de ideias que é muito poderoso para qualquer organização. Se temos pessoas de apenas um determinado perfil pensando em inovação, obviamente elas irão tender a ter ideias parecidas, o que pode até gerar inovações no curto prazo, mas fará com que a empresa perca diversas oportunidades no longo prazo.

4 - Base de Conhecimento

Este é um ponto que pouco vejo fazer parte das discussões sobre inovação, mas que tem sido fundamental na minha trajetória. Junto às métricas, ter uma base de conhecimento com todas as iniciativas - bem-sucedidas ou não - de inovação da empresa é uma ótima forma de ter conhecimento sobre inovação em escala para toda a companhia, podendo ter cases e ser revisitada toda vez que alguém tiver uma nova ideia ou se deparar com algum desafio. Essa prática, sem dúvida, ajuda sobremaneira nesse processo de perpetuação da cultura de inovação.

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