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Diversos fatores influenciam a retomada do mercado imobiliário do litoral paranaense. Empresários do setor citam a insatisfação de veranistas com o trânsito até as praias de Santa Catarina e a instalação do Campus Litoral da UFPR, em Matinhos, que injetou demanda não apenas no mercado de imóveis como também nos setores de comércio e serviços. Hoje a universidade tem 147 funcionários, entre professores e servidores, e aproximadamente 1,2 mil alunos, dos quais 70% residem no litoral. A realização de algumas melhorias em infraestrutura – ainda que incipientes – também têm trazido o consumidor de volta para Matinhos.

O corretor de imóveis da Imobiliária Habimar Amauri Maurutto, que está há 18 anos em Caiobá, avalia que a implantação da UFPR foi o primeiro impacto relevante em infraestrutura que Matinhos teve em muitos anos. "Na verdade ainda somos muito carentes em estrutura, especialmente se comparar com Santa Catarina. Quando alguém tenta trazer um evento esportivo para cá, a primeira coisa que o patrocinador, como o Banco do Brasil, quer saber é qual a capacidade de hospedagem de turistas. É pouca, ainda estamos muito atrasados nesse aspecto, nossa hospedagem é escassa e antiga. Mas isso está mudando", diz.

Ele destaca que o aumento da população residente pode ser percebida nas ruas: a Avenida Atlântica voltou a ser frequentada todos os dias, e não apenas nos feriados; enquanto serviços básicos, como farmácias, padarias e mercados, também são encontrados durante o ano todo. "É uma bola de neve, uma coisa chama a outra. Com mais pessoas há mais movimentação da economia e em seguida há mais investimentos."

"A UFPR, além de trazer mais pessoas de residência fixa para o município, acabou trazendo também uma elevação do nível cultural. Também percebemos nas atividades letivas mais ações de apoio à comunidade, o que é bom para a cidade como um todo", afirma Huber Rosa Filho, sócio da HJ Construtora.

Infraestrutura

Claudo Dalitz, da construtora Golpar, diz que está investindo no município mas não deixa de destacar que a cidade ainda carece de infraestrutura para o veranista. "Comparando com outras cidades, ainda falta um shopping com cinema e outras opções de entretenimento para dias chuvosos. Faz falta também um mercado municipal. Mas estamos entusiasmados com as possibilidades de um futuro próximo, incluindo aí melhorias da balneabilidade." Uma mudança que já foi implantada é a iluminação da orla da praia Mansa, inaugurada no mês passado.

Luiz Carlos Borges da Silva, presidente do Secovi, afirma que recentemente o balneário voltou a ter ordem, mas ele não acha isso seja suficiente. "Limpar o quintal é fácil e necessário. A cidade estava carente disso há anos. O trabalho de organização dos bairros deve continuar, a coleta de lixo deve funcionar direito, a segurança pública deve se mostrar presente. Por isso digo que esta temporada servirá de teste", diz.

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