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Caminhões carregados de lixo tiveram que aguardar para entrar no aterro | Aniele Nascimento - Gazeta do Povo
Caminhões carregados de lixo tiveram que aguardar para entrar no aterro| Foto: Aniele Nascimento - Gazeta do Povo

Manifestantes querem que o aterro sanitário seja definitivamente fechado no mês de julho

  • Moradores usaram terra e pedaços de madeira para bloquear o acesso ao aterro

Cerca de cem moradores do bairro Caximba, em Curitiba, se concentram desde as 4 horas desta segunda-feira (13), às margens da BR-116, em protesto contra a manutenção do aterro sanitário da cidade. O grupo pretende impedir a entrada de caminhões de lixo para a descarga de resíduos até o fim da tarde. Embora o trânsito esteja liberado na rodovia, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informa que há lentidão no trecho.

Os manifestantes querem que a prefeitura assine um termo de compromisso por meio do qual assegure o selamento do aterro sanitário no mês de julho (prazo estimado pelo IAP para o esgotamento da vida útil do lixão) e garanta que não haverá ampliações nem reaproveitamentos de áreas internas para colocação de lixo no local. "Há 20 anos que reclamamos do funcionamento deste aterro no bairro, e ninguém nos ouve", disse Jadir Silva de Lima, morador do bairro e integrante da comissão que pede o fechamento do aterro.

Eles querem ainda que o MP determine, em acordo com a prefeitura e o IAP, o acesso irrestrito dos moradores ao aterro, para fiscalização dos veículos que realizam descarga de resíduos sólidos para registrar casos de desrespeito às normas do local.

O aterro sanitário de Curitiba, que recebe lixo de 14 municípios da região metropolitana, foi implantado há 20 anos no Caximba, com vida útil estimada em apenas 11 anos. Desde 1989, duas ampliações emergenciais foram determinadas. Com a proximidade do esgotamento da capacidade do local, previsto para agosto, uma comissão intermunicipal, formada por prefeituras dos municípios que utilizam o aterro, propõe a implantação do Sistema Integrado de Processamento e Aproveitamento de Resíduos (Sipar), ainda sem uma cidade definida para abrigá-lo.

Os moradores do Caximba são contrários à implantação do Sipar no bairro. "Há um consórcio de diversos municípios e acreditamos que Curitiba já fez a parte dela, com diversos prejuízos sanitários e ambientais à população", disse Lima. Na manhã de sábado (11), o mesmo grupo fez uma carreata pelo bairro por aproximadamente uma hora e meia, também em protesto. Nesta segunda-feira, segundo Lima, a concentração começou às 4 horas e conta com cerca de cem pessoas.

No início da manhã, eles exigiam a presença no local de representantes da prefeitura municipal, do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e do Ministério Público (MP) para liberar o acesso de caminhões de lixo. O procurador de Justiça Saint-Claire Honorato Santos, coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias do Meio Ambiente (Caopma) esteve no local e disse que apoia as reivindicações dos moradores.

O presidente do IAP, Victor Hugo Burko, também esteve no aterro e disse que o órgão não permitirá a prorrogação do prazo de funcionamento do lixão. "O aterro será usado apenas até que o lixo preencha a última célula disponível, o que deve acontecer até o fim de julho", disse.

Já o secretário municipal do meio ambiente, José Antônio Andreguetto, que foi recebido com vaias pelos moradores, disse que a prefeitura tem um parecer que permite a utilização do aterro até janeiro de 2010. Insatisfeitos com o posicionamento da administração municipal, os manifestantes decidiram manter o protesto, inicialmente previsto para terminar ao meio-dia, até o fim da tarde.

Em entrevista ao telejornal ParanáTV, o secretário afirmou que a solução definitiva para o problema é a licitação que está sendo feita para construção de um novo aterro. Ele disse que em dez dias espera receber a conclusão do estudo do IAP sobre a nova área para o aterro.

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