Transporte por vias simples encarecem entrega da carne.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

A cadeia da carne de frango – concentrada no Paraná e em Santa Catarina –pede lastro logístico para continuar crescendo nos próximos anos. Após ampliar em 3,5% a oferta nacional em 2015 (para 13,1 milhões de toneladas), o setor diz que a sustentabilidade econômica do negócio no longo prazo vai depender de reforço na infraestrutura, principalmente nos dois estados.

CARREGANDO :)

Rodovias duplicadas e ferrovias estruturadas estão entre os pleitos das indústrias espalhadas pelo Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul para manter a competitividade, concluiu a Expedição Avicultura Gazeta do Povo. O projeto percorreu, durante três semanas, 5 mil quilômetros pelos três estados.

Sonho do setor é contar com ferrovias para entregar carne congelada nos portos via estrada de ferro e a custo reduzido. 
Publicidade

Um terço da produção é direcionado à exportação, o que torna o transporte essencial para toda a cadeia. A demanda por melhorias que resultem em frete mais barato promete abrir espaço para aumento na escala de produção e agilidade na entrega, exigência dos novos mercados internacionais.

“Hoje a logística representa pelo menos 3% do custo final da mercadoria. Então, a economia com o frete reflete diretamente no valor pago pelo consumidor [pela carne]”, afirma o presidente da cooperativa Coopavel, de Cascavel (Oeste do Paraná), Dilvo Grolli.

Condições de tráfego elevam custo do frete dos congelados no Sul no país. 

Por enquanto, projetos já anunciados pelo governo federal, como a Rodovia do Frango, são considerados insuficientes. A proposta é conceder à iniciativa privada 398,9 quilômetros de quatro estradas (BR-476, BR-153, BR-282 e BR-480) ao longo do Paraná e Santa Catarina. O projeto está em análise no Tribunal de Contas da União (TCU).

“O ideal seria que a Rodovia do Frango fosse para Itajaí. Não é certo produzir em Santa Catarina e exportar pelo Paraná”, critica o gerente da GTB Foods, de Ipuaçu (Oeste de SC), Alexandre Ferreira. Para as indústrias catarinense, têm despertado maior interesse a duplicação da BR-470, que liga a serra catarinense ao porto de Navegantes (SC).

Publicidade

Terminais dão fôlego às exportações

No Oeste do Paraná, em Cascavel, o terminal da Cotriguaçu garante economia de R$ 700 por contêiner que troca as estradas pelos trilhos rumo

Leia a matéria completa

Mas é com ferrovias que o setor mais sonha. “O trem é a salvação. É uma questão de sobrevivência no longo prazo”, pontua o diretor de agropecuária da Aurora, de Chapecó (Oeste de SC), Marcos Antônio Zordan. “É algo preocupante no longo prazo, pois sem a ferrovia ficamos menos”, complementa a diretora da Agrodanieli, de Tapejara (Noroeste do RS), Jovania Danieli.