A Lamborghini Aventador que o banco Bradesco busca retomar do senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) por motivo de inadimplência no pagamento foi adquirida político por meio de um plano de financiamento com entrada de 50% e mais 60 parcelas mensais, segundo divulgou o jornal jornal O Estado de S. Paulo.
A reportagem conta que o valor do superesportivo em 2014, época da aquisição, era de R$ 3,2 milhões. Collor desembolsou R$ 1,6 milhão como entrada e assumiu outras 60 parcelas de R$ 39,3 mil no carnê. Quantia suficiente para levar para a garagem um Fiat Mobi 1.0 Way zero km por mês, por exemplo.
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O total de juros no financiamento alcançaria R$ 758 mil, uma pequena fortuna capaz de comprar dois Chevrolet Camaro (R$ 231 mil cada), dois Cruze (R$ 90 mil cada), um Cobalt (R$ 55 mil) e um Onix (R$ 45 mil), todos novinhos em folha, e ainda sobraria troco, diz o jornal.
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Só que a empresa Água Branca Participações, da qual Collor é sócio,é a responsável por pagar o financiamento e não o faz desde 30 de junho de 2016.
A Lamborghini até chegou a ser foi apreendida em uma das fases da Lava-Jato em julho de 2015, mas foi devolvida ao parlamentar três meses depois por ordem do Supremo Tribunal Federal.
O Bradesco conseguiu na Justiça de São Paulo, em outubro, autorização para apreender o bem e vendê-lo, com o objetivo quitar a dívida. De acordo com a instituição financeira, o débito é de R$ 1,2 milhão. O banco, então, pediu autorização ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no STF, para buscar o veículo em Brasília.
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A Lamborghini modelo Aventador, ano 2013/2014, foi um dos carros de luxo apreendidos na Casa da Dinda, residência de Collor na capital federal, no ano passado.
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Também foram apreendidos, na época, um Bentley, um Range Rover, uma Ferrari e um Porsche, sob suspeita que os veículos foram adquiridos com dinheiro de propina resultante do esquema de desvio da Petrobras.
No início deste ano, o STF negou um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para vender os cinco carros. Depois da operação, Teori Zavascki devolveu os veículos ao senador para eles que fossem conservados. O ministro autorizou que o próprio parlamentar fosse o fiel depositário dos carros de luxo, impedindo, no entanto, de Collor vender os carros, objetos de investigação.
A transferência da posse dos carros para o poder público só poderia ocorrer ao final do processo, se comprovado definitivamente que o bem foi adquirido com dinheiro desviado.