A Mitsubishi lança o novo Pajero Sport no Brasil, três anos após ele aparecer na Europa.| Foto:

Bem antes de a febre dos utilitários esportivos dominar o mercado, a Mitsubishi já era sinônimo de SUVs. A linha Pajero oferecia o mais puro DNA off road da marca, que encarava qualquer tipo de terreno.

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Com a avalanche de novidades - a maioria com pouca ou nenhuma aptidão e equipamentos para aventuras fora de estrada - a montadora japonesa perdeu o holofote no segmento.

Os Pajeros TR4 e a Dakar saíram de linha e o consumidor ficou mais distante da veterana versão Full, que mantém o mesmo visual há tempos. A própria versão Sport foi vendida na década passada no Brasil, mas teve a produção encerrada em 2010.

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Já o ASX e o Outlander possuem propostas urbanas e familiares, longe do apelo 'off road raiz' da Mitsubishi.

Foto: Mitsubishi/ Tom Papp

Só que a fabricante não jogou a toalha. Quer continuar marcando território na categoria dos SUVs grandalhões que entregam sofisticação e tecnologia, porém sem abrir mão da alma trilheira que conceitua a marca no Brasil e no mundo.

Chega às lojas a nova geração do Pajero Sport, o utilitário derivado da picape L200, ao custo de R$ 265.990 na configuração única HPE.

O modelo possui 7 lugares e é equipado com motor 2.4 turbodiesel, de 190 cv e 43,9 kgfm, associado ao câmbio automático de 8 velocidades.

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Ele brigará com Toyota SW4 SRX (R$ 259.560), 2.8 turbodiesel, de 177 cv e 45,9 kgfm, acoplado à caixa de 6 marchas; e Chevrolet Trailblazer LTZ (R$ 231.990), 2.8 turbodiesel, de 200 cv e 51,0 kgfm, gerenciado pela transmissão automática de 6 marchas. Ambos também com espaço para levar até 7 pessoas.

A Gazeta do Povo avaliou a novidade por diferentes tipos de terrenos, na região entre Mogi Guaçu (SP) e Poços de Caldas (MG), durante a apresentação à imprensa especializada. Confira as nossas impressões nos quesitos mais importantes:

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

Identidade visual da marca

Foto: Mitsubishi/ Tom Papp

O Pajero Sport preenche a lacuna deixada pelo Dakar, com a diferença é importado da Tailândia, enquanto o antecessor era nacional. O modelo veste a nova identidade visual da Mitsubishi, já usada por aqui no Eclipse Cross e Outlander.

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A dianteira é marcada pela profusão de cromados, especialmente nas barras em formato de bumerangue combinadas ao para-choques.

Os faróis afilados são conectados por outras duas barras cromadas, formando uma peça única. A grade em formato colmeia é em tom preto, que quebra um pouco o reluzente frontal.

Na traseira, o ponto que pode provocar divergências no gosto: as lanternas com iluminação em led são verticais e contornam a extremidade da tampa do porta-malas até o para-choque. É no mínimo exótica a escolha da Mitsubishi, assim como já havia feito com a traseira do Eclipse Cross.

Elas também viram alvos fáceis de impactos traseiros, principalmente porque o para-choques traseiro é recuado.

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A lateral é repleta de vincos acentuados e vem com estribos integrados à carroceria, além das caixas de rodas bem destacadas. As rodas de liga leva aro 18 trazem acabamento diamantado e pneus de uso misto (50/ 50) 265/60/18.

Interior refinado e espaço de sobra

Por dentro o utilitário traz elementos da L200 Triton Sport, mas há um melhor tratamento nos materiais empregados, como na maciez dos bancos e nos plásticos do painel, com toque suave.

O quadro de instrumentos vem com tela colorida ao centro e mostradores analógicos nas extremidades. A presença do freio de estacionamento eletrônico libera um bom espaço no console central para acomodar porta-objetos.

Sobra espaço para os ocupantes, até mesmo os da última fileira, que geralmente acomodaria duas crianças como se vê em modelos que oferecem os assentos extras.

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Eu tenho 1,80 m e não senti aquele aperto ao sentar lá atrás. Nada de cabeça raspando no teto ou joelhos tocando o encosto da frente. Só não é indicado para passeios mais demorados, pois não as pernas ficam bem dobradas.

Até mesmo o acesso é facilitado. Basta puxar uma alavanca para os bancos do meio se recolheram completamente (e não apenas rebaterem os encostos). Desta forma, uma pessoa adulta consegue entrar até o fundão sem contorcionismos.

A vida nas fileiras detrás fica ainda mais agradável pelas saídas de ventilação exclusivas e com regulagem independente.

Os 4,78 metros de comprimento e 2,80 m de entre-eixos são responsáveis por garantir o maior espaço interno da categoria. O porta-malas leva 255 litros de bagagem com todos os bancos em posição de uso, sobe para 571 l com os detrás rebatidos e chega a 1.731 com todos desativados.

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Por falar em porta-malas, a tampa não é nada prática para um carro desta envergadura (e preço). A falta do acionamento elétrico de abertura e fechamento acompanha outros deslizes que a Mitsubishi não precisava ter cometido (veja mais ao longo da matéria).

Destaque também para a tomada 110 V com padrão doméstico brasileiro - de três pinos -, na frente e atrás, para uso de computadores e outros portáteis e até de uma mini geladeira.

Bancos e suspensão para longas viagens

A maciez dos assentos merece destaque. O test drive durou mais de cinco horas, entre trechos de asfalto e de terra, repletos de buracos, pedras e valetas. Ao fim do trajeto, o corpo não reclamava da longa viagem e muito menos do sacolejar das vias não pavimentadas que compunham o itinerário.

As abas laterais nos assentos dianteiros seguram bem os ocupantes, mesmo nos trechos mais pesados de off road. O motorista agradece a presença de ajustes elétricos, mas sente a ausência da regulagem lombar. Já o passageiro dianteiro terá de se contentar com os ajustes manuais, outra falha que poderia ser evitada.

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A suspensão foi recalibrada para o piso brasileiro, muitas vezes castigado pelo tempo e o descaso das autoridades. Por isso, é mais rígida do que o padrão norte-americano, por exemplo.

Mesmo assim, garante o conforto ao rodar. Absorveu bem os impactos das estradas rurais, mesmo em velocidades mais elevadas. Às vezes uma pequena depressão na via aparecia de repente e era transposta sem aquela pancada de fim de curso do amortecedores.

Na rodovia, abusamos de entrar nas curvas sem aliviar o acelerador e não passamos susto em nenhum momento. O 'balanceio' da carroceria típico dos SUVs também quase não foi notado, mesmo com os 2.095 kg do carro.

A direção também responde com eficácia aos comandos do motorista, mas bem que poderia ser elétrica em vez de hidráulica. Isso aliviaria um pouco mais o esforço do condutor na hora de manobrar.

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Recheio na segurança

O Pajero Sport é bem completo quando o assunto é segurança. São 11 airbags (frontais, laterais, de cortina e de joelho do motorista). É o único do segmento com piloto automático adaptativo, que freia e acelera o veículo automaticamente conforme o ritmo do trânsito à frente.

Vem ainda com frenagem de emergência automática (chegar a parar o veículo diante de um risco de colisão iminente, sem a resposta do motorista) e sistema de prevenção de aceleração involuntária - evita a aceleração na direção oposta, como no caso de engatar a posição Drive (D) sem querer, quando na verdade queria colocar a ré.

O pacote inclui ainda controles de tração e estabilidade, inclusive para o trailer ou reboque quando engatado), alerta de ponto-cego e assistente de partida em rampas e de descida.

Quanto aos itens de série, a lista contempla ar-condicionado de duas zonas; central multimídia com conexão Apple Car Play e Android Auto, Spotify e Waze nativos, GPS com função offline, e câmera de ré; volante multifuncional; retrovisor interno eletrocrômico; sensores de estacionamento dianteiro e traseiro; acendimento e regulagem automática dos faróis; sensor de chuva; saídas USB de alta potência; e teto solar (exclusivo na categoria).

Vocação para vencer qualquer obstáculos

Das quase 5 horas de percurso, pelo menos três horas foram dedicadas às situações fora de estrada. A valentia do SUV foi realmente testado na pista off road da Mitsubishi, que compõe o autódromo Velo Città, em Mogi Guaçu.

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Encaramos subidas e descidas de rampa, áreas alagadas até 50 cm, terrenos inclinados e muitas pedras.

O sistema 4x4 do Pajero Sport tem diferentes modos de condução, atuando em conjunto com o Super Select II ou controle de tração da marca japonesa. Essa combinação fez da pista um parque de diversão, tamanha a facilidade que o carro superava os obstáculos.

O uso da marcha reduzida e os bloqueios de diferencial central e traseiro facilitam transpor as situações mais severas, com o maior conforto possível. Ou seja, mesmo os condutores mais inexperientes não encontrarão dificuldades durante uma escapada fora de estrada no fim de semana. Basta saber momento e o trecho certo para recorrer aos auxílios eletrônicos.

A capacidade todo terreno traz números interessantes: 30° de ângulo de entrada (29° no SW4), 24,2 ° de saída (25° no Toyota) e travessia com até 70 cm de água.

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Para complementar, o modelo vem com Off Road Mode, que atua no motor, transmissão e controles de tração e estabilidade conforme o ajuste no seletor: Gravel (terra batida), Snow/Mud (terrenos de baixa aderência), Sand (areia) e Rock (pedras).

'SUV urbano' na estrada

Não só a reconhecida característica off road da Mitsubishi pode ser comprovada na pista de teste da marca e por estradas vicinais na fronteira entre São Paulo e Minas Gerais.

A nova geração do Pajero Sport também mostrou que pode deixar a vida no trânsito bem mais agradável. O motor 2.4 turbodiesel com injeção direta de combustível trabalha 'lisinho' e sem ruídos elevados. Com o som ligado ou uma conversa no nível normal é quase impossível ouvir o ronco que sai por debaixo do capô.

O torque de 43,9 kgfm é despejado a 2.500 rotações, garantindo boas arrancadas e respostas imediatas nas ultrapassagens. O câmbio automático de 8 velocidades possui relações mais curtas nas primeiras marchas e trabalha como overdrive na sétima e oitava, privilegiando a economia de combustível.

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As trocas acontecem com suavidade. Se preferir, o condutor pode usar modo manual na alavanca de câmbio ou nas aletas atrás do volante.

O consumo verificado pelo Inmetro é de 9 km/l na cidade e 11,5 km/l no ciclo rodoviário. Já o zero a 100 km/h ocorre em cerca de 12 segundos.

Se a pista estiver molhada pela chuva, o condutor tem a opção de usar a tração nas quatro rodas de maneira permanente, melhorando a aderência e a estabilidade nas curvas, porém isso irá aumentar um pouco o consumo.

*O jornalista viajou a convite da Mitsubishi

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