O Opala foi lançado como sedã de quatro portas, mas também foi vendido mais tarde com a carroceria cupê.| Foto: Chevrolet / Divulgação

A tão batida expressão ‘divisor de águas’ resume bem o que significa o Opala para a história de Chevrolet no Brasil. A marca que mais vende carros no país atualmente começou a mudar sua imagem por aqui com o lançamento do sedã há exatos 50 anos - 19 de novembro de 1968.

CARREGANDO :)

Ele foi o primeiro automóvel de passeio da montadora norte-americana a ser comercializado no mercado brasileiro - até então só vendia caminhões e utilitários.

>> Chevrolet Monza está de volta e com motor turbo

Publicidade

A partir dali o Opala virou um sucesso nas ruas, com quase 1 milhão de unidades emplacadas em 24 anos de trajetória, quando saiu de linha em 1992. À época, apenas FuscaKombi, da Volkswagen, tinham números superiores.

Publicidade de lançamento do carro na mídia impressa.<br> 

O modelo então entrou para a galeria dos ‘clássicos brasileiros’, que são eternizados por fãs, clubes e colecionadores que mantêm sempre viva a memória e a paixão pelo carro.

Opala estreou no 6.º Salão do Automóvel de São Paulo em duas versões de acabamento e com quatro portas: Standard e De Luxo, equipados com o motor 2500 de quatro cilindros (80 cv) ou o 3800 de seis cilindros (125 cv), números remetiam à capacidade dos motores 2.5 e 3.8 litros.

Depois viriam a carroceria cupê, sem a coluna central, a perua Caravan e a variações ComodoroDiplomata.

Publicidade

>> Onix bate recorde de vendas e atropela rivais; qual é o segredo do sucesso?

Publicidade da Chevrolet mostrando as variações do Opala no fim da década de 1970.<br> 

Coube a versão de luxo Diplomata marcar a aposentadoria do Opala. Mas ela já havia parado no tempo, sem inovações mecânicas e de conteúdo, sendo canibalizado internamente pelo Monza

O motor 4.1 de seis cilindros - o famoso ‘seis canecos’ -, que rendia 141 cv no álcool, era um convite a visitas constantes a um posto de combustível. Acabou sucedido pelo Omega

>> Fim do segredo: nova geração do Prisma vaza na internet

Publicidade

Para celebrar o cinquentão sedã, selecionamos 11 curiosidades que marcaram a trajetória de um dos carros mais queridos no Brasil. Confira:

1. Duas origens para o nome

O nome Opala teria duas origens. Seria a junção de Opel com Impala. A primeira é subsidiária da General Motors na Europa, cujo modelo alemão Opel Rekord serviu  de inspiração para o formato da carroceria. 

O Opel Rekord serviu de inspiração para o formato do Opala.<br> 

Já o Impala, sedã de grande porte americano, emprestou o estilo e as potências da motorização. 
A outra origem é de que se trata de uma pedra preciosa, a opala, encontrada em duas reservas de relevância mundial, uma na Austrália, e outra no Brasil, no estado do Piauí.

2. Marketing com celebridades

À época do lançamento, a Chevrolet fez uma forte ação de marketing na TV, estrelada pela atriz Tônia Carreiro, o cantor Jair Rodrigues e o jogador Rivelino, que diziam “Meu carro vem aí”.

Publicidade

3. 1980, o ano do Opala

No primeiro ano de vida, foram fabricados apenas 305 unidades do Opala. Já o ano em que mais se produziu foi em 1980, com ajuda da opção perua Caravan, lançada em 1974. Foram 76.915 exemplares.

>> Relembre como aceleravam os carros que faziam sucesso nos anos 80

O Opala era fabricado em São Caetano do Sul, no ABC paulista.<br> 

Na despedida, em 1992, a fábrica de São Caetano do SUL (SP) fez 3.262 veículos.

Publicidade

4. Opala SS tem a ver com os bancos

A esportividade do Opala SS está mais no visual do que no desemepnho.<br> 

Uma das versões mais desejadas do Opala foi a SS, lançada em 1971. Ela se destacava pelas faixas esportivas largas sobre o capô e mais finas nas laterais, o icônico motor 4100, que rendia 138 cv e por trazer os bancos dianteiros individuais (e não inteiriços como nas demais versões), ou separated seats, em inglês, que dava origem à sigla.

5. ‘Opalete’ quase chegou às ruas

Chevrolet pretendia ampliar as variações do Opala, e não apenas com a Caravan. A linha 1975 quase teve na sua gama o ‘Opelete’, apelido dado à opção picape do carro, que seguia um estilo inspirado na El Caminopicape derivada do Impala. O projeto V80, como era tratado internamente pela marca, acabou não vingando apesar de uma versão conceitual ter sido criada. 

>> Confira  qual carro fazia sucesso no ano em que você nasceu

 
Publicidade

A imagem acima é uma montagem feita em Photoshop que projetava como poderia ficar o ‘Opala El Camino’.

6. Versão cor-de-rosa

GM apresentou em 1974 uma série especial bastante exótica, chamada de 'Rosa Pantera’. As cores vibrantes (como laranja, amarelo e verde-limão, além do rosa) faziam a moda na época, que respirava os ares do estilo ‘disco music’. 

A série especial Rosa Pantera  surgiu na época em que as cores vibrantes eram moda.<br> 

As mulheres curtiram a novidade, e muitos maridos compraram a versão para dar de presente às esposas. O problema foi na hora da revenda...

7. Motor ultrapassado, câmbio moderno

Publicidade

Os motorzões do Opala eram festejados pelo mercado em 1969. Mas, pouco sabiam que se tratava de propulsores antigos. O seis cilindros, por exemplo, era uma adaptação do bloco usado pela GM desde 1929!

 

Por outro lado a transmissão automática 4HP22, adotada a partir de 1988, era moderna e tinha grife. Fornecida pela alemã ZF,  também equipava modelos de luxo da BMW, como o 735i, e o Jaguar XJS.

8. Morte de um presidente

O ex-presidente Juscelino Kubitschek (1956-61), responsável pela fundação de Brasília em 1960, morreu num acidente de carro em 1976 dentro de um Opala 1970, com capota de vinil.

Publicidade

 

O veículo seguia de São Paulo para o Rio de Janeiro, pela Via Dutra. Segundo a polícia, perto de Resende (RJ) o sedã foi atingido na traseira por um ônibus e, desgovernado, atravessou o canteiro central, chocando-se com um caminhão. 

JK estava no banco traseiro do carro, que ficou destruído. Ele só foi identificado pelo RG que levava no bolso.

9. Chave banhada a ouro

 

Nos dois últimos anos do Opala foi lançada a série SE Collectors, uma versão do Diplomata com chaves banhadas a ouro, um certificado de propriedade e uma fita K-7 contando toda a história do automóvel.A produção foi limitada em 200 unidades.

Publicidade

10. Carro de executivo, polícia e ambulância 

 

As configurações mais completas do Diplomata costumavam ocupar as garagens de grandes executivos. O modelo também virou viatura policial e até ambulância, com a Caravan.

 

11. O mais raro dos Opalas

No Salão de São Paulo de 1972, uma das estrelas que brilhavam no estande da Chevrolet era o conceito Las Vegas, um estudo da marca baseado no Opala Gran Luxo, feito exclusivamente para o evento.

Ele jamais foi produzido em série, mas deixou um legado para a linha do sedã que vieram depois, como espelho retrovisor cônico, bancos dianteiros mais altos de encosto inteiriço e o meio teto de vinil branco.

Publicidade

 

Ele trazia também itens únicos e inovadores. É o caso da cor Verde Menta, replicada em todo o painel e volante, luz de cortesia para os passageiros de trás e banco traseiro com encostos de cabeça. 

COMERCIAL DO OPALA NOS ANOS 1970
SIGA O AUTO DA GAZETA NO INSTAGRAM
Publicidade