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Para Julie Fank, da Escola de Escrita, “há uma ideia corrente de que a literatura é uma arte inatingível. Não é bem assim”. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Para Julie Fank, da Escola de Escrita, “há uma ideia corrente de que a literatura é uma arte inatingível. Não é bem assim”.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Escrever é uma arte solitária, privilégio de alguns poucos espíritos iluminados e, portanto, é impossível aprender a escrever em uma escola. Certo?

A editora e escritora Julie Fank aposta que não. E para desmistificar esse senso comum, ela fundou da Escola de Escrita, espaço de ensino de escrita criativa que funciona em Curitiba desde fevereiro em um casarão na Rua Riachuelo no centro da cidade.

“Há uma ideia corrente de que a literatura é uma arte inatingível. O escritor seria tocado por uma musa que o percorre até o surgimento da obra-prima. Não é bem assim”, afirma.

Filha de uma artista plástica, Julie cresceu em Cascavel, no oeste do estado, dentro de uma escola de artes. “Para mim é natural a ideia de que arte pode ser aprendida na escola”,diz.

Ela conta que a iniciativa de criar uma escola de escrita criativa surgiu quando ela ainda vivia em Cascavel há quatro anos e ministrava aulas de aperfeiçoamento textual e linguístico em oficinas que funcionavam em seu apartamento.

De lá para cá, o projeto passou por várias sedes e formatos até se instalar definitivamente no Centro de Curitiba. “Haviam poucas e esporádicas iniciativas como essas na cidade, o que é surpreendente para uma cidade famosa pela inventividade e originalidade de seus autores”, observa.

Todo mundo quer ser escritor. O [autor português José] Saramago dizia que todos somos escritores, mas uns escrevem e outros não.

Julie Fank,  fundadora da Escola de Escrita.

Hoje, a escola oferece cursos permanentes de redação criativa, aperfeiçoamento textual e também eventos, cursos, workshops e oficinas para todos os gêneros e estilos. Há cursos e oficinas com inscrições abertas ainda para este ano.

Em outubro, a escola anunciará a programação do calendário de 2016 que contará com cursos semestrais e anuais, alguns deles com processo seletivo.

Entre os professores, estão escritores como José Castello, Luís Henrique Pellanda, Noemi Jaffe, Ana Paula Maia e outros.

Para a fundadora, a escola de escrita ocupa um espaço que a academia não consegue resolver. “As faculdades de comunicação social [Jornalismo e Publicidade] se ocupam da prática da escrita. As faculdades de Letras dotam o aluno de um repertório literário e cultural, mas pouco estimulam a produção”, diz. Para ela, o ensino da escrita criativa busca a convergência entre essas duas realidades.

Serviço

Programações, matriculas e informações sobre os cursos podem ser conferidas no site da Escola da Escrita.

“A ideia é desenvolver nos alunos um processo consciente de linguagem. Para que se consiga costurar repertório e técnica na construção de textos a partir de forma, conteúdo e linguagem.”

Os cursos são abertos ao público e a única exigência é a conclusão do ensino médio. Julie conta que pessoas de idades, profissões e objetivos muito diferentes já procuraram a escola. “Todo mundo quer ser escritor. O [autor português José] Saramago dizia que todos somos escritores, mas uns escrevem e outros não”, afirma.

Ela ressalta que a missão da Escola de Escrita porém, não é apenas formar escritores para o mercado, mas sobretudo educar um olhar estético nos leitores.

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