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Série de assassinatos e incêndios são investigados são investigados na Vila Corbélia na CIC. | Atila Alberti/Tribuna do Parana
Série de assassinatos e incêndios são investigados são investigados na Vila Corbélia na CIC.| Foto: Atila Alberti/Tribuna do Parana

Enquanto a Vila Corbélia, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), não estiver pacificada, a Polícia Civil terá dificuldade para investigar não só o incêndio que destruiu diversos barracos na noite de sexta-feira (7), bem como os quatros homicídios e a tentativa de homicídio contra um motorista de aplicativo ocorridas após a morte do policial militar Erick Nório na madrugada de sexta. O soldado da Polícia Militar (PM) foi assassinado quando foi atender uma ocorrência de perturbação de sossego - a suspeita é de que ele tenha sido vítima de uma emboscada. No mesmo dia da morte do PM, ocorreu o incêndio, que vitimou cerca de 300 famílias.

- Vídeo - veja como ficou a Vila Corbélia após o incêndio

Sábado, a própria Polícia Civil enviou uma equipe de investigadores ao local, mas não obteve sucesso ao tentar entrar na vila para iniciar as investigações, tendo uma recepção bem difícil dos moradores. Para chegar ao local, as forças de segurança tiveram de fazer um comboio, com policiais civis, militares e peritos do Instituto de Criminalística e od Instituto Médico-Legal (IML) .

“Enquanto o local não estiver pacificado, não temos como mandar equipes policiais ao local investigar para não colocar mais policiais em risco. Até que tudo fique calmo e as pessoas decidam falar, nos ajudar, creio que vai tomar um tempo”, lamenta o delegado Osmar Feijó, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pelas investigações.

Segundo o delegado , somente a morte do PM já está com a investigação bem avançadas, pois já estava em curso quando as Moradias 29 de Março, dentro da Vila Corbélia, pegaram fogo. Depois, o clima ficou tenso, com a população rejeitando a polícia lá dentro. Por conta disto, as investigações dos outros quatro crimes ficou prejudicada.

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) e a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa vão apurar os assassinatos e o incêndio. A Polícia Militar descarta que o incêndio tenha sido causado por membros da corporação em retaliação ao assassinato do soldado Erick. O comando da PM acredita que o incêndio tenha sido causado por um grupo criminoso para inibir a ação policial no local.

Mortes relacionadas

O delegado afirma que no momento do incêndio um homem foi morto a tiros. Ele teria tentando avisar os outros moradores do fogo, porém, os responsáveis pelo incêndio teriam visto a ação dele como uma tentativa de avisar os outros criminosos da vila. Durante o assassinato, os incendiários teriam soltado rojões para disfarçar o barulho dos tiros.

Feijó explica que já havia uma investigação bem encaminhada contra o homem morto, indicando que o rapaz executado poderia ser autor de homicídios na região. A Polícia Civil, inclusive, já trabalhava num mandado de prisão contra o suspeito.

O outro caso teria ocorrido também logo após o incêndio, de um homem morto a tiros no local. Sobre este crime, ainda há poucas informações sobre autores e a circunstâncias. Depois disto, um adolescente foi assassinado no bairro Fazendinha. Feijó diz que não há, momentaneamente, nada concreto que ligue a morte deste adolescente aos casos da Vila Corbélia. Mas, pela proximidade geográfica e horário do fato, a hipótese será investigada.

O quinto caso que está com a DHPP é o de um motorista de aplicativo que teria ido levar uma passageira ao Corbélia algumas horas após o assassinato do soldado Erick. Assim que deixou a jovem, seis ou sete homens começaram a seguir o carro. O motorista acelerou pelas ruas estreitas e acabou levando um tiro de raspão no pescoço. Ele foi internado e a Polícia Civil classificou o crime como lesão corporal grave.

Mais uma possível vítima

O único caso que não foi confirmado pela polícia é o de que havia uma pessoa morta carbonizada na vila. As forças de segurança fizeram um comboio ao local, mas não localizaram nenhum corpo.

Feijó ressalta que vinham fazendo um trabalho focado no bairro CIC, que há até alguns meses, tinha cerca de quatro a cinco homicídios por semana. Mas, com o trabalho realizado, 13 líderes de tráfico da região foram presos, do começo do ano para cá, e a quantidade de homicídios estava caindo para uma morte por semana. “Estávamos conseguindo trabalhar bem no local, reduzir os índices, agora eu tenho cinco casos pra investigar na região, numa pancada só”, lamentou Feijó, mostrando o desafio que os investigadores terão pelas próximas semanas.

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