João Pedro e Bruno (com a bandeira) recebem apoio de amigos e vizinhos após serem vítimas de panfletos apócrifos| Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo

Amigos e vizinhos se reuniram na tarde deste sábado (15), no bairro Água Verde, em Curitiba, em um ato de apoio ao jornalista João Pedro Schonarth, 29 anos, e ao servidor público Bruno Banzato, 31. Eles foram vítimas de panfletos apócrifos com teor homofóbico, distribuídos na última quinta-feira (13) pelas ruas do bairro. Cerca de 300 pessoas se reuniram na Praça Elias Abdo Bittar. Após a concentração, os manifestantes seguiram em passeata rumo à casa para onde os rapazes vão se mudar na semana que vem.

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Galeria: Veja fotos do manifesto contra homofobia no Água Verde

Juntos já sete anos, João Pedro e Bruno construíram uma casa no Água Verde. O panfleto distribuído na vizinhança divulga fotos de dois homens gays e afirma, de forma irônica, que “a rua será mais alegre com “uma visão para inspirar e influenciar toda a vizinhança”. O material informa o endereço dos novos vizinhos.

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Panfleto distribuído na quinta-feira (13) no bairro Água Verde 

Eles registraram boletim de ocorrência por crime de injúria – homofobia não é tipificada na lei penal – e divulgaram o caso das redes sociais. A polícia afirma estar investigando o caso. O episódio já foi levado também ao Ministério Público Estadual (MP) e para a Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Liberdade

Morador do bairro Água Verde, o autônomo Geraldo Oliveira, 55 anos, foi um dos que reforçaram a manifestação em apoio a João Pedro e Bruno. “Todos têm sua liberdade, todos podem fazer o quiserem desde que com responsabilidade”, defendeu. Ele lamentou que pessoas contrárias à orientação sexual do casal tenham chegado ao ponto de cometer um crime.

A bibliotecária Solange Rodrigues, 48, não conhecia o casal, mas também se uniu à causa deles nesta tarde, na praça Elias Abdo Bittar. “Foi uma atitude muito covarde o que fizeram. Também fiquei muito triste por ser tão próximo da minha casa aqui no bairro”, disse.

Amiga de João Pedro e Bruno e também moradora do Água Verde, Rosana de Holanda Pinto, 56, disse estar triplamente indignada com o que os rapazes passaram nessa semana. “Um ato desses já mexe com a gente e quando acontece com pessoas próximas, nos envolvemos muito mais. Qualquer pessoa com sensibilidade humana indigna junto. Eles não fizeram nada para sofrer essa discriminação”, assinalou.

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João Pedro se emocionou durante a manifestação e agradeceu o apoio que recebeu não só de amigos, mas de pessoas que nem conhecia anteriormente. O jornalista salientou que ele e o companheiro não imaginavam que a acolhida de outras pessoas pudesse ser tão grande após o ataque homofóbico. “Postei o caso na internet para mostrar o que estava acontecendo de ruim. Eu não imaginava que o pior dia da minha vida se transformaria no melhor. Nos discriminaram gratuitamente e agora outras pessoas estão aqui, também gratuitamente, nos apoiando”, sustentou.

Ato público contra homofobia reuniu amigos de João Pedro e Bruno e apoiadores do movimento LGBT
Participantes do manifesto fizeram cartazes contra ataque homofóbico
Mensagens de apoio postadas por internautas nas redes sociais ganharam espaço em árvore da Praça Elias Abdo Bittar
Manifestantes fizeram círculo de apoio ao redor de João Pedro e Bruno
Bandeiras do movimento LGBT, balões e cartazes coloriram ato público contra homofobia
Manifestantes organizavam material para ato público na Praça Elias Abdo Bittar
Bruno e João Pedro lideram passeata rumo à casa para onde vão se mudar nos próximos dias
João Pedro e Bruno, após passaeata no Água Verde: rapazes agradeceram apoio do público