O delegado Amadeu Trevisan, responsável pelas investigações da morte do jogador Daniel, durante entrevista coletiva| Foto: Denis Ferreira Neto/Tribuna do Paraná

Seis pessoas devem ser indiciadas pela morte do jogador Daniel Corrêa Freitas. A informação foi repassada pelo delegado Amadeu Trevisan, da 1ª Delegacia Regional de São José dos Pinhais, nesta sexta-feira (9). Apesar de terem tido papéis diferentes nos eventos que resultaram no assassinato do atleta, todos tiveram uma participação no crime, segundo Trevisan, e serão indiciados por homicídio qualificado.

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De acordo com o delegado, Edison Brittes foi o principal responsável pelo homicídio e por ameaçar alguns dos envolvidos a o acompanharem até o local onde o corpo do jogador foi deixado, em uma área rural de São José dos Pinhais. Cristiana e Allana Brittes, respectivamente esposa e filha de Edison Brittes, ajudaram a acobertar o crime.

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Além da família Brittes, Igor King, 19 anos, David Willian da Silva, 18, e Eduardo Henrique da Silva, de 18 anos, primo de Cristina, serão indiciados. Os três estavam no carro com Edison Brittes e Daniel no momento em que ele foi levado para o matagal. Não se sabe o jogador estava vivo ou morto no carro, mas certamente estava vivo antes de ser levado até o automóvel, de acordo com o delegado. Silva chegou no fim da tarde desta sexta-feira e será ouvido pela polícia na segunda-feira.

“Seguimos na tese de que o Edison [Brittes] teria encontrado a esposa na cama com o Daniel e isso teria desencadeado toda a reação dele”, afirmou o delegado. No entanto, ele refuta a tese de crime passional, já que o acusado teve muito tempo para pensar no que iria fazer. Além disso, o delegado destacou que a reação de Edison Brittes foi exagerada e cruel.

A Polícia Civil aguarda os laudos de necropsia e do local do crime para ter mais detalhes sobre o que ocorreu e a maneira exata como Daniel foi morto. Também serão ouvidas outras duas testemunhas que não estão diretamente relacionadas com o crime.

O caso

O corpo de Daniel Corrêa Freitas foi encontrado em um matagal em São José dos Pinhais no dia 27 de outubro com sinais de tortura: o pescoço estava quase degolado e o pênis decepado. Daniel veio a Curitiba participar da festa de aniversário de Allana Brittes, filha de Edilson Brittes Jr, no dia 26 de outubro. Após participar da comemoração em uma casa noturna no bairro Batel, o jogador foi para outra festa na casa de Edison, dono de um mercado em São José dos Pinhais.

À polícia, o empresário admitiu ter matado o jogador após tê-lo flagrado tentando estuprar sua esposa - versão questionada pela polícia. Daniel foi espancado na casa da família e levado para um matagal no porta-malas do carro de Edison. Segundo o empresário, ele decidiu matar o atleta com uma faca que tinha no carro. Entretanto, a polícia investiga se ele não pegou a faca de dentro de casa.

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Daniel chegou a enviar via Whatsapp a um amigo imagens dele ao lado da esposa de Edison na cama do casal, o que teria levado o empresário a cometer o assassinato. Nas fotos, Cristiana dorme enquanto o jogador faz caretas.

Antes de ser preso, Edison chegou a ligar para a família e amigos de Daniel para prestar solidariedade. Allana também trocou mensagens com uma parente de Daniel afirmando que não houve briga na casa da família e que o jogador foi embora sozinho na noite do assassinato.

Daniel teve passagem apagada pelo Coritiba em 2017, prejudicada por lesões. Natural da cidade de Juiz de Fora (MG), teve também passagens por Cruzeiro, Botafogo, São Paulo, Ponte Preta e estava atualmente no São Bento de Sorocaba (SP). O corpo do jogador foi enterrado no dia 31 de outubro na cidade de Conselheiro Lafaiete, também em Minas Gerais.