Curitibanos estão desde a tarde desta quinta-feira (4) na Praça Osvaldo Cruz e passarão a noite em busca das vagas remanescentes de atividades esportivas oferecidas de graça no Centro de Esporte e Lazer Dirceu Graeser. Eles levaram cadeiras, sacos de dormir e prepararam um esquema logístico com a família para se alimentarem até a manhã de sexta-feira (5), às 8h, quando as inscrições começam a ser feitas. O primeiro da fila chegou às 13h desta quinta. No momento em que a reportagem esteve na praça, por volta das 18h, havia um grupo de cerca de dez pessoas no local.
As matriculas das atividades do centro esportivo são anuais, mas algumas vagas costumam abrir por causa de desistência de alunos matriculados. Quando isso ocorre, novas matriculas podem ser feitas na primeira sexta-feira útil de cada mês. Normalmente, é lançado um edital com as vagas dois dias antes. Ele é publicado em um mural na entrada da praça pela Rua Brigadeiro Franco, em frente a um shopping, no Centro.
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Aulas de natação costumam ser as mais concorridas, por isso as pessoas resolveram dormir na praça. Em outubro, a modalidade está com 21 vagas abertas. Os horários são divididos por faixa etária, conforme o edital. Também há vagas abertas para polo aquático (16), musculação (14), alongamento (13), ginástica localizada (10) e ginástica (22).
Quem ocupa o primeiro lugar na fila é o autônomo André Tissot, 25 anos. Ele disse que não é a primeira vez que tenta uma vaga. “Vim aqui nos dois meses anteriores, cheguei de manhã e não consegui me inscrever. Mês passado eu era o quinto da fila, mas só tinham três vagas na natação. Dessa vez, resolvi me adiantar”, contou. Tissot chegou para abrir a fila às 13h18 desta quinta-feira (4).
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O segundo da fila é o engenheiro civil Juliano Szpak, de 27 anos. Ele também já tentou duas vezes uma vaga na natação. No caso dele, a prática do esporte tem um significado especial. “Sempre quis aprender a nada e quero aproveitar a oportunidade”, contou.
O bombeiro Airan Jeferson de Oliveira, 28 anos, está em busca de uma vaga para esposa. Ela pretende fazer aulas de natação. “Colegas que utilizam o espaço da piscina para treinamento disseram que é muito boa. O preço das escolas de natação particulares está muito alto”, disse. Segundo Oliveira, o casal optou pelo centro Dirceu Graeser por ser próximo da residência deles. “Vale a pena dormir na fila porque fica mais fácil para nós. Mês passado eu não consegui a vaga, por isso resolvi chegar um dia antes”, explicou.
Os três candidatos a uma vaga na natação organizaram a logística para passar a noite na praça Osvaldo Cruz. O bombeiro Airan Oliveira terá a refeição garantida pela esposa, que trará janta e lanche de casa. O autônomo André Tissot entrou na fila carregando uma cadeira. Já o engenheiro Juliano Szpak pensou no conforto. “Na mochila não tem comida, mas tem um saco de dormir. A comida, minha família vem trazer”, arrematou.
“Esconderijo” da Guarda Municipal
O centro de esportes da Osvaldo Cruz foi reinaugurado no dia 9 de março de 2018, seis anos após seu fechamento em 2012. A partir da reinauguração, uma equipe de guardas municipais passou a atuar 24 horas na Praça Oswaldo Cruz. Mas a sala escolhida para eles guardarem seus pertences e monitorarem o local ficava escondida no subsolo do Centro de Esporte e Lazer Dirceu Graeser e não possuía nenhum acesso direto à área externa da praça. A Gazeta do Povo mostrou a situação em reportagem.
Uma semana após a publicação da matéria, a prefeitura abriu uma passagem para facilitar a ação dos agentes. O acesso é um pequeno portão no meio do gradil, instalado bem ao lado da piscina coberta. Ele dá acesso direto à praça pelo lado da Rua Brigadeiro Franco. Além disso, a Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude (SMELJ) prometeu transferir o módulo para um local em que os agentes tivessem de fato uma ampla visibilidade da Oswaldo Cruz.
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