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Obras de drenagem como as da Rua Henry FOrd foram ponto de visita ténicca de representantes japoneses da JICA para cooperação que visa reduzir risco de desastres.
Obras de drenagem como as da Rua Henry FOrd foram ponto de visita ténicca de representantes japoneses da JICA para cooperação que visa reduzir risco de desastres.| Foto: Divulgação/IPPUC

O conhecimento acumulado pelo Japão sobre desastres naturais que o atingem são uma parte da expertise que os orientais irão trazer a Curitiba como parte de um convênio da capital paranaense com o governo japonês para o desenvolvimento de projetos estratégicos.

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Mas não foi o risco de terremotos e tsunamis o que motivou que, nessa semana, fossem feitas visitas técnicas na cidade por representantes da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), com a qual foi renovada a cooperação por mais dois anos pela prefeitura.

Cada vez mais comuns, as chuvas torrenciais em curtos períodos de tempo, que acabam superando a capacidade da estrutura de drenagem, causando alagamentos, foram o foco dessas visitas que vão embasar medidas futuras. “As chuvas têm sido cada vez mais agudas e acaba sendo um desafio manter a cidade funcionando em meio a esses acontecimentos”, reconheceu o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (União Brasil), ao receber integrantes da JICA e do Boston Consulting Group (BCG) e da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), na última terça-feira (24).

As equipes fizeram visitas ao projeto implantado na Rua Henry Ford pela Secretaria Municipal de Obras Públicas, que visa drenagem e contenção de cheias, ao Centro de Controle Operacional da Muralha Digital e à Fazenda Urbana, como informa o Ippuc, que também esteve presente. “Os projetos de macro e microdrenagem contribuem para resolver ou amenizar pontos de alagamento, a depender da concentração e intensidade das chuvas, que têm sofrido alterações devido aos efeitos das mudanças climáticas”, informou o Ippuc. Dispositivos e ações coletivas que conectam toda a comunidade, como ocorrem em cidades japonesas, foram algumas soluções sugeridas pelos representantes da cooperação, durante as visitas, e que auxiliariam em casos de desastres relacionados a chuvas em Curitiba.

A agenda de quatro dias deu sequência ao acordo de cooperação firmado em fevereiro deste ano entre Curitiba e o Japão, com a anuência da ABC, vinculada ao Ministério das Relações Exteriores (MRE). A ideia da cooperação, que vai durar dois anos, é, neste primeiro momento, destacar pontos de interesse que podem se tornar projetos e, depois, políticas públicas inovadoras. A parceria prevê a capacitação de técnicos do Ippuc e da prefeitura de Curitiba e a troca de experiências com equipes japonesas.

O representante-chefe da JICA no Brasil, Masayuki Eguchi, destacou à época da formalização da cooperação a longa parceria com o Ippuc e Curitiba e os benefícios que surgem desta união. “Essa cooperação técnica apoiará a cidade de Curitiba nos seus esforços para o desenvolvimento como cidade inteligente e sustentável”, disse Eguchi.

Envelhecimento também foi foco

Além de desastres naturais, outro ponto de grande atenção da parceria entre japoneses e curitibanos é o desenvolvimento de ações e soluções no âmbito de políticas públicas com foco no envelhecimento da população. Nesse sentido, os representantes da JICA visitaram diversos equipamentos públicos, entre eles o Centro de Atividades Pessoa Idosa Ouvidor Pardinho, a Unidade de Saúde Vila Feliz e o Hospital do Idoso. Segundo o Ippuc, adequações na estrutura urbana, que vão de adaptações nos padrões de calçadas a intervenções para a melhoria da acessibilidade em equipamentos públicos, até o desenvolvimento de mais projetos em relação ao esporte e lazer e melhoria de acessibilidade a serviços de saúde e ao transporte coletivo são alguns dos escopos que devem gerar projetos futuros a partir da renovação da cooperação.

Parceria antiga

Entre os projetos de êxito frutos de parceria de Curitiba com o Japão, por intermédio da JICA, têm destaque os Programas de Treinamento de Terceiros Países (TCTP) realizados entre 2006 e 2015; o Projeto de Planejamento Urbano e Desenvolvimento de Capacidades na Cidade da Guatemala, no âmbito do Programa de Parceria Japão - Brasil (JBPP), entre 2010 e 2011; e o “Projeto de Capacitação Técnica para o Desenvolvimento de Reajuste de Terrenos em Curitiba”, entre os anos de 2012 a 2015.

Em 2017, o radar meteorológico Banda X foi cedido pela empresa Japan Radio Company à Curitiba por meio de uma parceria com a JICA e a Defesa Civil. Segundo consulta da Gazeta do Povo ao Simepar, o radar segue operante desde então, no topo do prédio da instituição, e atua em conjunto com os radares de Teixeira Soares e Cascavel, compondo com as informações produzidas e gerando um cenário mais detalhado das chuvas, principalmente relacionadas à região metropolitana de Curitiba.

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