Ginásio do Tarumã transformado em almoxarifado temporário de seringas e outros insumos da vacinação da Covid-19.| Foto: Geraldo Bubniak / AEN
Ouça este conteúdo

Tomado por pilhas de caixas, a quadra do Ginásio do Tarumã, em Curitiba, nada lembra os tempos de glória, quando chegou a sediar o Mundial de vôlei masculino de 1990 e foi o alçapão de títulos das estrelas do time do Rexona entre 1997 e 2003 na Superliga Feminina de Vôlei, cujo treinador, o multicampeão Bernardinho, também comandava o projeto de formação de atletas.

CARREGANDO :)

As principais notícias do Paraná pelo WhatsApp

Transformado em janeiro em almoxarifado temporário da vacinação da Covid-19, estocando seringas, agulhas, máscaras e todos os outros insumos que serão utilizados na imunização em todo o Paraná, o Ginásio Professor Almir Nelson de Almeida, conhecido pelo nome do bairro onde está localizado, já enfrentava dificuldades em sediar competições antes da pandemia. O que um acordo entre o governo do Paraná e a prefeitura de Curitiba pretende solucionar entre junho e julho, quando a gestão do Tarumã deve retornar exclusivamente à Paraná Esporte, autarquia estadual de políticas públicas desportivas.

Publicidade

O governo do estado e a prefeitura estão fechando acordo para fazer com que o Tarumã cumpra suas funções de fato: ser palco de competições e local de formação de novos atletas. Para isso, o acordo prevê a utilização do ginásio para escolinhas de diversas modalidades e treinamento de atletas infantis e juvenis matriculados em escolas estaduais e municipais.

“Essa gestão compartilhada entre estado e prefeitura é para usar o Ginásio do Tarumã no contraturno escolar. Ou seja, um espaço em que os atletas das escolas possam treinar com orientação”, explica o assessor técnico da Paraná Esporte, José Alberto de Campos.

Ginásio do Tarumã transformado em almoxarifado temporário de seringas e outros insumos da vacinação da Covid-19.
Equipe do Rexona no Ginásio do Tarumã em 2002.
REXONAADES8 - CURITIBA,24/10/03 - ESPORTES - EQUIPE REXONA ADES DE VOLEI. NA FOTO BERNARDINHO FALA DURANTE APRESENTACAO NOVO UNIFORME DA EQUIPE. FOTO; ANIELE NASCIMENTO / GAZETA DO POVO
Ginásio do Tarumã transformado em almoxarifado temporário de seringas e outros insumos da vacinação da Covid-19.
Ginásio do Tarumã transformado em almoxarifado temporário de seringas e outros insumos da vacinação da Covid-19.
Ginásio do Tarumã transformado em almoxarifado temporário de seringas e outros insumos da vacinação da Covid-19.
REXONAADES2 - CURITIBA,24/10/03 - ESPORTES - EQUIPE REXONA ADES DE VOLEI. FOTO; ANIELE NASCIMENTO / GAZETA DO POVO
Técnico Bernardinho no Ginásio do Tarumã em 2002, no comando da equipe do Rexona.
REXONAXBLUELIFEPINHEIROS19/ CURITIBA 12/ 01/ 03/ SPO/ REXONA FAZ SEU PRIMEIRO JOGO DO ANO PELA SUPERLIGA DE VOLEI FEMININO ENFRENTANDO O BLUE LEFE PENHEIROS NO GINASIO DO TARUMA/ FOTO MARCELO ELIAS/ GAZETA DO POVO

A retomada também pretende levar competições de peso para o Tarumã, como partidas de vôlei, basquete, handebol, futsal e campeonatos individuais, como torneios de judô, badminton, entre outras modalidades. A Paraná Esporte, inclusive, pode até botar o ginásio à disposição do Curitiba Vôlei, único representante brasileiro na Superliga Feminina, que atualmente manda seus jogos no ginásio do Colégio Positivo Júnior, no bairro Mercês.

Outra iniciativa que pretende dar vida nova ao Tarumã é a possibilidade de construção de uma pista de skate de padrão olímpico no complexo. Segunda-feira (22), o presidente da Paraná Esporte, Hélio Wirkinski, deve receber o presidente da Confederação Brasileira de Skate (CBSk), Eduardo Musa, para debater a questão.

Ginásio ocioso

As projeções são bem diferentes do quadro vivenciado pela estrutura nos últimos anos. Após a reforma mais recente, quando foram feitas manutenções em 2019, o Tarumã passou a sediar eventos de lutas aos finais de semana, quando a agenda até chegava a lotar. Entretanto, havia dificuldade para que a estrutura não ficasse ociosa nos outros dias.

Publicidade

“Não conseguimos concluir um projeto de utilização do Tarumã nos dias de semana. Chegamos a fazer um chamamento público para trazer alunos de instituições de ensino superior para fazer estágio e mesmo para fazer esse contraturno escolar, mas veio a pandemia e paralisou tudo”, aponta o assessor técnico da Paraná Esporte.

O Ginásio do Tarumã chegou a ficar fechado quatro anos e meio durante o governo Beto Richa (PSDB). Em 2013, a estrutura foi interditada pelo Corpo de Bombeiros por falta de segurança, só reabrindo em 2017, após reforma. Ao custo de R$ 1,4 milhão, a reforma incluiu troca do piso da quadra e de equipamentos, revitalização dos vestiários, manutenção do telhado e iluminação, pintura e instalação de uma nova caixa d’água. Também foi instalada no anexo uma arena multiuso desmontável com grama sintética.

Mesmo com a remodelação, a falta de planejamento manteve o Tarumã praticamente ocioso até o fim do mandato anterior do governo do estado. A falta de um calendário levou, inclusive, a gestão Richa a cogitar o repasse do Tarumã para a prefeitura de Curitiba, o que não se concretizou.

Para voltar à ativa em junho ou julho, o Tarumã passa nesse momento por manutenção, mesmo guardando os insumos da vacinação da Covid-19. Tanto a parte interna quanto a externa estão sendo pintadas. Além disso, as calhas do ginásio estão sendo trocadas para evitar que o ginásio alague em chuvas mais fortes. Por mês, a manutenção do Ginásio do Tarumã custa R$ 32 mil. A maior parte do custo é com segurança - são R$ 19 mil mensais pagos à empresa de vigilância.