Invasores atearam fogo em uma caixa de roupas no CMEI Ritta Anna de Cássia.| Foto: /

Invasores atearam fogo em uma caixa de doações de roupas no Centro de Educação Infantil (CEI) Ritta Anna de Cássia, na noite desta quinta-feira (31). A escola, que tem alunos de 1º ao 5º anos, fica no bairro Cajuru, que sofre com uma onda de arrombamentos e furtos em unidades educacionais - só no último final de semana, nove escolas foram roubadas na região. A caixa estava na parte de fora da creche. Nenhum objeto foi levado da unidade educacional.

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- Entrevista - “Não tenho mais o que dizer aos pais”, desabafa professora de escola roubada 12 vezes esse ano

Ao perceber a fumaça, um morador da casa ao lado da creche começou a conter o fogo, enquanto outro vizinho foi avisar o quartel do Corpo de Bombeiros que fica na mesma rua. Na sequência, chegou a Guarda Municipal. “Foi por volta das 21h40. Minha irmã ligou para os bombeiros, mas estava demorando. Aí um cara da frente pegou a bicicleta e foi até o quartel chamar. Eles tiveram que pular o muro porque a Guarda Municipal ainda não tinha chegado”, afirma o engenheiro Rodrigo Yagzycz, 26 anos, morador da frente do CMEI. Segundo Rodrigo, a Guarda tem feito vigília na creche todos os dias entre 22h e 23h.

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Outra vizinha da creche, a cuidadora de idosos Rita Correa, 54 anos, afirma ter visto um homem pular o muro da escola antes do incêndio. “Ele pulou e voltou algumas vezes. Era um só. Mas tinham outros três numa esquina acompanhando tudo”, afirma. Rita já sofreu uma tentativa de assalto à mão armada dentro de casa.

Mesmo de pequena proporção, o incêndio deixou os pais dos alunos assustados. “A gente fica com medo. Eles podem pular durante o dia também. Tinha que ter um Guarda Municipal em cada escola para proteger as crianças. Nós saímos para trabalhar inseguras todo dia. A gente sabe que tem a empresa que cuida, mas eles demoram pra vir”, afirma Cíntia Tabermann, 25, mãe de um menino de 4 anos que estuda no Ritta Anna de Cássia.

Enéas Faria

Na quarta-feira (30), a Escola Municipal Enéas Faria, arrombada 12 vezes apenas nesse ano, foi alvo de uma tentativa de assalto. As professoras ainda estavam na escola quando uma dupla pulou o muro. A suspeita é de que sejam as duas mulheres que foram soltas na terça-feira (29) logo após serem presas e encaminhadas ao 6º Distrito Policial, no Capão da Imbuia. Na oportunidade, três dos quatro detidos ficaram menos de 12 horas presos. As duas moças ainda zombaram da polícia quando foram libertadas, afirmando que voltariam a cometer crimes.

Até a última semana de agosto, Curitiba registrou 816 ocorrências nas escolas municipais, aumento de 20% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 647 arrombamentos/furtos e 169 ocorrências de vandalismo.