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OMS e Anvisa já colocaram em dúvida eficácia da vacina contra a dengue aplicada no PR | Antônio More/Gazeta do Povo/ Arquivo
OMS e Anvisa já colocaram em dúvida eficácia da vacina contra a dengue aplicada no PR| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo/ Arquivo

A terceira dose da vacinação contra a dengue no Paraná vai até sexta-feira (28) nos 30 municípios onde foram distribuídas as duas primeiras doses, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). A campanha foi mantida mesmo depois do Grupo Consultivo Estratégico de Peritos (SAGE), que orienta a Organização Mundial da Saúde (OMS), recomendar imunização apenas quando há confirmação de que o paciente já foi exposto ao vírus. No início do ano, a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) já tinha pedido para que a aplicação da Dengvaxia fosse barrada, uma vez que seus efeitos ainda geram dúvidas.

Entenda: Vacina antidengue aumenta risco de contrair a doença, alerta Anvisa

O público-alvo nesta etapa é de 109.630 pessoas. Até a última sexta-feira (20), 27.149 paranaenses foram vacinados (24,76% do total). O estado já imunizou 300 mil pessoas contra a dengue nos últimos anos.

A vacinação ocorre em unidades de saúde, universidades, escolas e outros locais selecionados pelos 30 municípios que concentraram a maior parte dos casos nos últimos anos.

Saiba mais: Lista dos municípios onde a vacina está sendo aplicada

Para receber a vacina é necessário apresentar o documento de identificação e a carteira de vacinação. Em Paranaguá e Assaí, têm direito à vacina moradores com idade entre 9 e 44 anos. Nos demais municípios, devem ser imunizados moradores entre 15 e 27 anos. A campanha pode ser prorrogada nos próximos dias.

OMS x Sesa

A OMS afirmou na semana passada que a vacina contra a dengue (Dengvaxia) da Sanofi (laboratório francês) só deve ser utilizada em pessoas que tenham passados por exames que atestem que já tenham sido expostas à infecção anteriormente. Os especialistas da agência da Organização das Nações Unidas (ONU) recomendaram ainda medidas adicionais de segurança para a medicação.

“É preciso que as pessoas sejam testadas por meio de um sistema que não está atualmente disponível, mas que nós sentimos que será desenvolvido nos próximos anos”, disse Alejandro Cravioto, presidente do SAGE.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia solicitado no final do ano passado que a vacina da dengue não seja tomada por quem nunca teve a doença. A Dengvaxia foi aprovada em dezembro de 2015 e passou a ser distribuída em julho do ano seguinte na rede privada. Ela não é oferecida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), mas está disponível no Paraná.

Em nota, a Sesa afirma que a decisão em adotar a vacina foi “baseada em dados epidemiológicos consistentes, seguindo, à época, recomendações da Organização Mundial da Saúde, de sociedades acadêmicas, e a liberação da Anvisa”. A pasta também destaca que ainda não recebeu a publicação oficial do órgão.

A campanha é direcionada aos 30 municípios endêmicos e epidêmicos. Segundo o governo do estado, são cidades que concentraram 82% dos casos registrados, 91% dos casos graves e 87% das mortes por dengue. Entre agosto de 2015 e julho de 2016, o Paraná registrou sua pior epidemia com 56.351 casos e 63 óbitos por dengue.

Desde agosto de 2016, quando foi definida a campanha de vacinação, foram confirmados 1.506 casos no Paraná com apenas uma morte pela doença - uma idosa que possuía várias comorbidades e que não fazia parte do público alvo da vacina.

A Sesa afirma que somente 47 pessoas vacinadas foram notificadas com dengue leve sem confirmação laboratorial, apenas suspeita clínica. Isso representa 0,01% do total de vacinados.

Municípios da campanha

Assaí, Bela Vista do Paraíso, Boa Vista da Aparecida, Cambará, Cambé, Cruzeiro do Sul, Foz do Iguaçu, Ibiporã, Iguaraçu, Itambaracá, Jataizinho, Leópolis, Londrina, Mandaguari, Marialva, Maringá, Maripá, Munhoz de Mello, Paiçandu, Paranaguá, Porecatu, São Miguel do Iguaçu, São Jorge do Ivaí, São Sebastião da Amoreira, Santa Isabel do Ivaí, Santa Fé, Santa Terezinha de Itaipu, Sarandi, Sertanópolis e Tapira.

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