Os palcos paranaenses perderam Hugo Mengarelli, chamado de “mestre do teatro” por alunos e artistas que passaram pelo olhar ao mesmo tempo crítico e afetuoso do argentino radicado em Curitiba. Mengarelli faleceu neste domingo (17), depois de 8 dias internado, vítima de complicações renais.
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Hugo Daniel Mengarelli nasceu em 1946 em Rosário, na Argentina, e se mudou para Curitiba na década de 1970. Foi professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) por mais de 40 anos e causou profundo impacto na cena paranaense. Mengarelli criou o extinto curso Técnico em Artes Cênicas/Ator (ET-UFPR), que se tornou a base para o atual curso de Tecnologia em Produção Cênica. Também fundou a Companhia de Teatro PalavrAção e idealizou o Teatro Experimental Universitário (TEUNI).
Além de professor e diretor, “Menga” foi cineasta, escritor, dramaturgo e colaborador da Gazeta do Povo. Também criou e produziu o programa Cobras e Lagartos da TV UFPR. Em um vídeo publicado pela página Memórias Paraná, em 2016, o próprio Hugo se definiu como “muitos Hugos”, tendo várias versões. Com sotaque argentino que era sua marca, ele disse: “sempre fui uma pessoa que gostou de pensar”. Pensando, ele escreveu 11 peças de teatro, dirigiu dezenas de outras, além de realizar filmes.
Hugo Mengarelli dirigiu, entre outras montagens, “O Eucalipto e os Porcos” (1986), “O Incrível Retorno do Cavaleiro Solitário” (1997), “Uma Coroa de Orquídeas para uma Fria Pecadora” (1998), “Agidi – Uma Antígona Brasileira” (2001) e “Tanguapo” (2007). No cinema, fez a direção de “Roça” (1985). E, na literatura, lançou em 2014 o livro “Ética e Estética no Ator: Uma Questão de Desejo”.
Artistas se despedem de Mengarelli
Nas redes sociais, grandes nomes da cultura paranaense lamentam a morte do mentor. O diretor de teatro George Sada diz que foi “a partida de um mestre, pai do teatro e eterna referência de ser um professor”. O jornalista e ator Lucius de Mello destacou que Mengarelli era “apaixonado por literatura, cinema e psicanálise”. O professor universitário e psicanalista Willian Maron conta que Hugo “foi um imenso artista, expoente das artes cênicas e do teatro”. E o diretor universitário Marlus Geronasso completou: “partiu este devoto da crítica social, da reflexão profunda e do questionamento educacional”.
Além de alunos e artistas, Mengarelli deixa três filhos. Ele foi sepultado no Cemitério Jardim da Saudade, no bairro Portão, em Curitiba.
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