| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

As obras de recapeamento e recuperação da BR-476, trecho sul da Linha Verde, entre a Avenida Izaac Ferreira da Cruz, no Pinheirinho, e a alça de acesso ao Contorno Leste, trouxeram melhorias à região, mas acabaram expondo outros problemas na via. Além do acostamento, que não recebeu reparos e está em situação precária no trecho de aproximadamente 3,6 quilômetros, o canteiro de divisão das pistas também carece de maior atenção do poder público, já que mato e terra vêm se acumulando no local.

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Acidentes não são raros. Hélio José dos Santos, que é vigilante em um posto na Linha Verde – no trecho que sofreu a intervenção –, relata que já viu diversas situações de perigo causadas pelas condições da via. Segundo ele, o canteiro central acumula montes de terra e a vegetação está alta, algo que acaba atrapalhando a vida de motoristas e pedestres. “Esse mato é um perigo. Além de impedir que as pessoas olhem do outro lado quando vão atravessar, ainda serve de rampa em um acidente”, destacou.

O vigilante conta que já viu atropelamentos por causa do mato alto, já que as pessoas não conseguem ver exatamente onde estão os veículos que estão trafegando dos dois lados da pista. Santos presenciou também acidentes em que o carro acaba acertando os montes de terra no canteiro central e salta para a faixa em sentido contrário. “O trecho aqui é complicado. As condições são precárias, o acostamento está todo quebrado, o canteiro não tem manutenção. Acredito que precisava de um maior cuidado com a região”, alertou.

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O acostamento não causa problemas apenas aos motoristas. Sem outras opções para andar pela região, muitos usam a pista de suporte para andar de bicicleta ou mesmo a pé. O jardineiro Neri de Oliveira é um que usa o trecho todos os dias, já que vai e volta do trabalho de bicicleta. Ele conta que as condições do asfalto no local fazem com que seu trajeto diário seja um perigo constante. “O desnível ficou muito grande, e em muitos lugares nem tem mais asfalto no acostamento. Onde tem, está todo esburacado, enche de pedra, de água, é perigoso andar porque você pode derrapar e cair, além de um carro perder o controle e acertar alguém”, comentou.

Oliveira admite que andar pelo trecho de bicicleta não é melhor alternativa, mas reclama da falta de opção para quem precisa usar a via. “O certo seria ter uma ciclovia, porque as ruas em volta são de terra, não dá para andar com a bicicleta. O que resta é usar o acostamento, mas do jeito que está, a gente corre risco o tempo todo”.

 

Explicações

De acordo com a Secretaria Municipal de Obras, responsável pela recuperação e manutenção do trecho, as obras feitas no asfalto são resultado de consultas públicas feitas com a população da região, e foram executadas em caráter emergencial. A prioridade, de acordo com o órgão, era recuperar o asfalto, já que a verba destinada seria para essa finalidade.

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A secretaria ressalta que há planos para uma intervenção maior na área, com a extensão da urbanização vista no restante da Linha Verde até o ponto. Mas a administração municipal aguarda a liberação de recursos do governo federal para financiar as intervenções, que contemplarão a extensão da canaleta para ônibus, calçamento e ciclovia em toda a extensão da via.