| Foto: Arquivo da família/

Rubens Marcelo Walter pode ter encontrado o caminho do judô por acaso, porém não foram as coincidências do destino que o mantiveram no esporte por anos, como haveria de fazer. O gosto por praticar a arte marcial, aprender seus princípios e ensinar esses mesmos princípios a outras pessoas foi o que decidiu por ele que deveria atuar como professor de judô.

CARREGANDO :)

Natural de Curitiba, trabalhava como segurança em diferentes locais. Além disso, dava aulas de judô para crianças em uma escola, em uma academia e também representava como professor a Equipe Tonietto, especializada na prática. A família que dá nome à equipe foi essencial para que a modalidade entrasse na vida de Rubens e permanecesse para sempre. Foi em um almoço de família que o marido da prima de Rubens, Rodrigo Tonietto, o convidou para fazer uma aula, que seria o primeiro passo para sua dedicação ao esporte.

Rodrigo e toda a família praticam o esporte desde muito cedo. Ele, por exemplo, iniciou na luta aos 12 anos. Inicialmente representavam os atletas da modalidade em clubes da cidade até, em 2007, criarem a equipe. Envolvido com o modo de vida da família e com os treinos, Rubens passou a fazer cursos para se especializar na técnica e nos modos de aprendizagem relacionados a ela. “Logo que começou a treinar, ele já gostou e passou a se dedicar cada vez mais”, conta Rodrigo. Apesar de não ter formação em Educação Física, Rubens era professor licenciado e reconhecido nos locais onde lecionava. Também participava ativamente das atividades da Federação Paranaense de Judô.

Publicidade

No final do ano passado, ele saiu da faixa marrom e foi habilitado a dar aulas para faixa preta – nível mais elevado da arte marcial – em um processo que leva de nove a 11 anos. Porém, não conseguiu ter o tempo necessário para se dedicar a essa nova etapa de sua trajetória. Dava aulas para crianças a partir de três anos, e se emocionava na troca de faixas, momento importante e de transição no aprendizado.

Rubens era conhecido por ser educado e querido nos círculos em que estava inserido. Apesar da postura séria e às vezes sisuda em relação ao trabalho – característica valorizada na área da segurança – levava a vida de forma tranquila e bem humorada. Homem de palavra, prezava por honrar seus compromissos e era bastante pontual. Quando se responsabilizava por alguma atividade, todos podiam contar que ela seria efetivamente realizada.

Apesar da rotina ocupada pelas aulas de judô e pelo trabalho como segurança em postos de combustíveis e empresas, reservava o tempo que restava para cuidar de uma paixão antiga: as motocicletas. Com atenção especial à sua Harley-Davidson, gostava de se reunir com amigos fãs das duas rodas em momentos de descontração. Era integrante do Abutres Moto Clube, grupo de motociclistas que organiza viagens e confraternizações para amantes das motos. Morto em outubro último, vítima de um acidente automobilístico, aos 41 anos, Rubens Marcelo Walter deixa uma filha.