Policiais invadem imóvel onde estava o atirador: informações dos snipers foram fundamentais para a ocorrência acabar sem vítimas.| Foto: Maicon J. Gomes / Gazeta do Povo

Por pouco os snipers - os atiradores de elite da Polícia Militar (PM) - não foram acionados na ocorrência do idoso de 74 anos que surtou e por quase 5 horas disparou cerca de 60 tiros na noite de segunda-feira (7) no bairro Mercês, em Curitiba.

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O Comando de Operações Especiais (COE), grupo de elite da PM que atua em situações críticas, como sequestros e casos de terrorismo, chegou a posicionar os atiradores nos edifícios vizinhos à casa do idoso na Rua Martim Afonso. Mesmo não atirando, a equipe de snipers foi decisiva para o desfecho sem vítimas do caso.

“Tínhamos condição de atirar. A ferramenta técnica estava ali”, confirma o capitão Cézar Hoinatski, comandante do COE. O disparo fatal só não foi dado segundo o capitão Hoinatski porque o atirador não mirou nas pessoas que estavam na rua e, principalmente, não desceu para o primeiro piso, onde estavam as reféns – a própria mãe do homem, uma senhora de 99 anos, e a cuidadora dela.

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“Como percebemos que os disparos eram aleatórios e contra a nossa equipe, nos mantivemos o tempo todo em condição de avaliar uma possível ação”, ressalta o comandante do COE.

Armas usadas pelo homem de 74 anos que disparou 60 tiros na noite de segunda-feira nas Mercês.| Foto: Lineu Filho / Tribuna do Paraná

Mesmo não disparando, os snipers participaram ativamente na solução do caso. O capitão Hoinatski explica que os atiradores de elite não são apenas recursos letais, usados em último caso na solução de uma ocorrência com reféns. Graças à visão privilegiada que os snipers têm com seus equipamentos de alta precisão, eles passam informações detalhadas para que o comando tome decisões.

“Os snipers são uma equipe estratégica que garante todas as informações que precisamos. Eles vão nos passando isso em tempo real: se tem movimentação, o que o alvo está fazendo. Como a luz do cômodo estava apagada, a sombra dificultou e os snipers nos ajudaram neste caso”, reforça o comandante.

Visão privilegiada

O tenente-coronel Hudson Leôncio Teixeira, comandante do 1º Comando Regional da PM, do qual o COE faz parte, também enfatiza em entrevista ao jornal Meio-Dia Paraná a participação dos atiradores de elite na solução bem sucedida do caso, sem vítimas. Segundo Hudson, foram os snipers que confirmaram para o comando da operação que o idoso estava com quatro armas.

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“No início da crise, já foi levantado com nosso serviço de inteligência que ele teria quatro armas. Os snipers viram que ele demonstrava aptidão com o manuseio dessas armas”, aponta o comandante do Bope.

Os disparos chegaram a atingir áreas próximas de onde estavam os atiradores de elite. Com isso e a ação frustrada da equipe de negociação da PM em convencer o idoso a se entregar, o comando decidiu invadir o imóvel usando gás lacrimogênio e bomba de efeito moral.

Neste momento, o atirador chegou a ser atingido por uma bala de borracha na perna e se jogou do segundo andar. Nesta terça-feira (8) ele seguia internado no Hospital Evangélico Mackenzie.

Armas e munições apreendidas na casa do idoso
Casa do idoso fica ao lado de um prédio residencial.
Marcas de tiro em um prédio ao lado da casa de onde foram disparados os tiros.
Movimentação de policiais em frente à casa do atirador nas Mercês
Cuidadora é retirada da casa pela PM
Socorro do Corpo de Bombeiros de prontidão durante as negociações
Bloqueio de ruas ao redor da casa de onde o idoso disparava
Trânsito na região das Mercês foi bloqueado para a ação da PM
Viaturas da PM na região da ocorrência
Equipes atuaram por 5 horas nas negociações com o idoso
Atirador permaneceu em um quarto isolado no segundo andar da casa