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 | Arquivo da família/
| Foto: Arquivo da família/

A areia macia sob os pés, a brisa do mar tocando o rosto em uma das vistas brasileiras mais celebradas do mundo: as praias do Rio de Janeiro. Esse era o cenário ideal para a serenidade de Walter Paciornik Macioro, engenheiro de 60 anos morto em setembro. Apesar de ser curitibano, Walter nutria um amor intenso pela cidade maravilhosa e, sempre que a rotina dava uma brecha, passava alguns dias aproveitando o local.

A paixão pelo Rio, cidade que ele defendia com unhas e dentes, veio do tempo em que estudou lá na juventude. Formado em Administração e Engenharia, fez parte do segundo curso na capital carioca, por dois anos, até voltar para Curitiba em definitivo – onde abriria uma construtora – por causa de um problema de saúde do pai. O tempo na cidade foi curto, mas rendeu amizades para a vida toda. Como um bom “falso carioca”, frequentava a Sapucaí no Carnaval e os bares de Copacabana. Seu local favorito era o bairro Leblon.

A relação afetiva com o ambiente da praia pode ter surgido do tempo que passava com a família na casa dos pais em Balneário Piçarras, em Santa Catarina. O destino era certo quando o objetivo era alcançar a tranquilidade. Durante toda a vida foi muito dedicado aos pais, a quem fazia questão de acompanhar em consultas médicas quando idosos, e à única irmã. De família judia, o pai imigrou para o Brasil da Polônia depois da Segunda Guerra Mundial. A mãe, também judia, nasceu em Balsa Nova (PR). Mais tarde e já casados, seriam proprietários de uma loja de roupas tradicional na Praça Generoso Marques, típica dos anos 1970. O estabelecimento ficaria aberto por cerca de 30 anos, até a aposentadoria do casal.

Bastante ligado à religião e à colônia judaica em Curitiba, era ativo na sinagoga e desde cedo frequentava o Centro Israelita do Paraná com amigos e primos. Não só nos ritos religiosos, mas também na relação com os sobrinhos, a família e os amigos, sempre se mostrava disposto a ajudar no que fosse preciso. Disponível e bem relacionado, era prestativo e estava sempre pronto para auxiliar as pessoas fosse na sua área de atuação profissional ou mesmo na resolução de questões pessoais.

Outro destino fora da cidade que o agradava era o Casino Conrad em Punta del Este, no Uruguai. Bon vivant, sua rotina em Curitiba incluía almoço todo sábado em restaurantes na Praça da Espanha, onde tinha mesa cativa na calçada com os amigos. Um grupo deles, com quem Walter – chamado por eles de Waltinho – mantinha uma confraria, prestou uma homenagem que fez jus à vida feliz e movimentada do amigo. Após seu falecimento, em um dos tradicionais jantares que organizavam com a confraria, a bebida oficial foi a caipirinha de lima-da-pérsia, bebida preferida de Walter.

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