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Comprar ações e torcer pelo Brasil. Se você levar em conta os dados que constam do levantamento econômico feito pelo banco de investimentos Goldman Sachs, essa seria uma estratégia de investimento plausível para esses dias. De risco, é claro, mas plausível.

INFOGRÁFICO: Veja as estimativas sobre os resultados da Copa do Mundo

De acordo com o relatório World Cup Economics Report, há uma correlação quase perfeita entre o resultado da Copa do Mundo e um desempenho excepcionalmente positivo no mercado de capitais do país vencedor. Em média, o primeiro mês depois da vitória na Copa resulta em ganhos 3,5% superiores à média dos mercados globais.

Desde 1974 – primeiro ano em que o Goldman Sachs conseguiu dados confiáveis o suficiente para fazer seus comparativos – só houve uma exceção: o Brasil de 2002. Mas há boas razões para isso: naquele ano o país passava por uma severa crise cambial, que levou o país à recessão no início de 2003.

Em geral, o país anfitrião também tem obtido bons resultados. O mercado da África do Sul, por exemplo, registrou ganhos de 1,6% acima do índice global MSCI nos três meses que antecederam a Copa de 2010; nos três meses seguintes, a bolsa local subiu 8,3%.

O interessante é que o efeito da vitória dura, no máximo, três meses, ainda segundo o Goldman Sachs. Um ano após o triunfo futebolístico, os campeões registram, em média, resultados 4% abaixo da média global.

É difícil definir o que provoca isso – o relatório usa palavras como "orgulho" e "confiança", que parecem um pouco genéricos demais para explicar ganhos na bolsa. Mas que podem ser suficientes para explicar um comportamento mais ousado por parte dos investidores.

Se você considerar a análise válida, pode estar pensando em como entrar nesse negócio. Não dá para esperar a final para só então comprar ações – se o Goldman estiver certo, você já está pagando mais por seus papéis. Melhor seria formar um estoque de ações antes dos jogos, para vender lá por um mês depois da vitória.

Isso, claro, se o Brasil vencer... e se as estatísticas se confirmarem. Investimentos, como o futebol, também podem ser uma caixinha de surpresas.

Resultados

O Goldman Sachs diz que o Brasil tem 48,5% de probabilidade de sair campeão (contra 14,1% da Argentina, 11,4% da Alemanha e 9,8% da Espanha). O banco usa seus modelos matemáticos para prever até os resultados dos jogos. Pelas estimativas da instituição, o Brasil vence a Croácia na quinta por 4 a 1, mesmo placar da partida contra o México. Contra Camarões, o palpite é de 5 a 0. Depois, 3 a 1 com a Holanda nas oitavas, 3 a 1 sobre o Uruguai nas quartas e 2 a 1 sobre a Alemanha na semifinal. Na final, daria Brasil 3 x 1 Argentina.

Quer ver mais? O relatório completo (em inglês) está em bitly.com/1jgJO4D.

Mudando de assunto...

Os escritórios de consultoria econômica e as áreas de análise de bancos e corretoras andam com um olho nos indicadores econômicos e outro na meteorologia. A intensidade das alterações climáticas provocadas pelo El Niño deve ter enorme influência na inflação de 2014. O IPCA, que já anda perigosamente perto do limite superior da meta de inflação, pode decolar de vez. Esperemos.

Por último...

Meu filho foi assaltado ontem a caminho da escola, que fica a duas quadras de casa. Sei que isso está se tornando corriqueiro, mas não consigo me acostumar. Que tipo de gente é essa que fica armada na porta de escolas para roubar telefones de crianças? E que futuro tem uma sociedade que acha normais ocorrências como essa e outras ainda mais graves? Estou cada vez mais convencido de que sem indignação não haverá solução.

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