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Protesto taxa de juros
Protestos pedindo a queda da taxa básica de juros, atualmente a 13,75% ao ano, ocorreram em cidades de vários estados.| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

No mesmo dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para discutir se mantém ou não a taxa básica de juros a 13,75% ao ano, pequenos grupos de manifestantes foram às ruas em várias cidades do país pedindo a queda da taxa Selic e a renúncia do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Entre o fim da manhã e o começo da tarde desta terça (21), foram registrados atos em frente às sedes e regionais da autoridade monetária em capitais e cidades do Distrito Federal, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Pará, Bahia, Ceará e Sergipe, entre outros estados, de acordo com a Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Na capital paulista, o protesto reuniu manifestantes em frente ao edifício do BC na Avenida Paulista. Juvândia Moreira Leite, vice-presidente da CUT, disse que Campos Neto tem que “pedir para sair”, e contestou a legislação que determina a autonomia da autoridade monetária.

“Os juros altos encarem toda a economia. O governo gasta mais com os juros altos, o povo vai pegar empréstimo fica mais caro, porque o juro básico da economia está mais caro. Esse Banco Central que se diz autônomo, não é autônomo coisa nenhuma. Esse cara tem que pedir pra sair, fora Campos Neto, baixa a taxa de juros já”, afirmou em discurso.

O protesto foi acompanhado por outros sindicatos, entre eles o dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Segundo Adriana Magalhães, integrante do movimento, a taxa de juros alta provoca a “falta de dinheiro para a saúde, a educação, segurança, investimento público”.

Além da saída de Campos Neto, os manifestantes também pediram a “democratização do CARF”, o Conselho de Administração de Recursos Fiscais, órgão composto por representantes do governo e da sociedade que julga processos referentes a tributos.

O Carf entrou na mira de empresários com de volta do chamado “voto de qualidade”, suspenso durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para beneficiar o contribuinte em caso de empate das decisões. O mecanismo foi levado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e é visto com críticas pelo mercado e pelo Congresso, que vê a medida como uma “asfixia” com a cobrança de mais tributos.

O Copom anuncia a taxa de juros no final da tarde desta quarta (22).

Lula volta a criticar o BC

O protesto ocorreu pouco depois do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltar a criticar o Banco Central pela taxa de juros a 13,75%. Ele disse que a Selic neste patamar é um “absurdo” e que vai “continuar batendo” para que o Copom comece a reduzir.

“Não há nenhuma razão, nenhuma explicação, nenhuma lógica. Só quem concorda com os juros altos é o sistema financeiro que sobrevive e vive disso, e ganha muito dinheiro com as especulações”, disse em entrevista ao site Brasil 247.

A expectativa de analistas do mercado financeiro é que a Selic comece a ser reduzida apenas no segundo semestre, encerrando o ano a 12,75% segundo a última previsão do Relatório Focus, do Banco Central, divulgada na segunda (20).

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