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75% dos pais preferem que alunos voltem às aulas só quando a pandemia acabar, diz pesquisa
| Foto: Pixabay

Uma pesquisa realizada pelo Instituto DataSenado mostrou que 75% dos pais preferem que os alunos voltem a estudar apenas quando a pandemia acabar. Os dados foram divulgados, nesta quarta-feira (12), pelo senador Flávio Arns (Rede-PR) em evento virtual que reuniu representantes de entidades da Educação para analisar o diagnóstico do setor em meio à crise. O levantamento foi feito com 2.400 brasileiros entre 24 e 28 de julho.

O estudo também apontou que cerca de 20 milhões de estudantes da educação básica ao ensino superior tiveram as aulas suspensas por causa da pandemia do novo coronavírus. Esse número corresponde a cerca de 35% do total de matrículas em 2020. Além disso, 63% dos pais de alunos que tiveram aulas remotas consideram que a qualidade do ensino diminuiu nesse período.

O senador Flávio Arns enalteceu o estudo feito pelo Instituto e destacou que o relatório é uma iniciativa do Senado. "A pandemia teve um efeito devastador na saúde, na economia e essa pesquisa aponta também por um problema muito grande na educação. Esse estudo nos leva a refletir e pensarmos em alternativas" , salientou.

Arns ainda disse que 26 % dos alunos que estão com aulas remotas não têm acesso a internet em casa. "Para essas pessoas que não têm acesso a internet as dificuldades aumentam ainda mais. Então, nós temos um quadro que precisamos nos debruçar, o governo federal, juntamente com governos estaduais e municipais, conselhos e estudantes", reiterou.

Segundo o senador, 33 milhões de estudantes passaram para o ensino remoto durante a pandemia. E do total daqueles que tiveram as aulas suspensas, 40% são de escolas públicas e 18% de escolas particulares. Outro número importante que ele destacou é que 64% dos estudantes assistem às aulas pelo celular e apenas 24% pelo computador.

Participaram também da discussão sobre o resultado do levantamento representantes do Conselho Nacional de Secretários da Educação (Consed), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), do Ministério da Educação (MEC), do Movimento Campanha Nacional Pelo Direito à Educação e do Movimento Todos Pela Educação.

O representante do Movimento Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, Daniel Cara, disse que é importantíssimo a percepção das famílias em relação a diminuição da qualidade. Além disso, ele disse que o movimento defende o retorno às aulas em segurança. "Primeiro precisamos salvar vidas e depois a gente retoma o ano letivo em educação presencial. Porém, é importante que o acesso à internet seja universalizado no Brasil como também a necessidade do acesso a unidades computacionais", sugeriu.

De acordo com o representante da Undime, Luiz Miguel, ações que levem a conectividade a todos os lares são fundamentais. "Precisamos pensar no futuro para que a gente tenha mais ferramentas para novas formas de educar que teremos nos próximos anos", acentuou.

A presidente do Consed, Cecília Motta, afirmou que a pesquisa apontou dificuldades já conhecidas. Segundo ela, os dados também mostraram a relevância de iniciativas que o poder público e privado fizeram para se adequar às aulas a distância. "Isso trouxe aprendizagem a todos, não só ao aluno, mas também o professor que está aprendendo a usar tecnologia. O Brasil está muito atrasado ", considera Cecília.

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