Nos planos de quem pretende estudar no exterior a programação financeira encabeça a lista de prioridades. O detalhamento de todas as despesas e a poupança prévia dos recursos são fundamentais não apenas para viabilizar a viagem, mas para evitar contratempos que podem comprometer o bem-estar durante a permanência fora do país. Ao valor das passagens e do curso escolhido, somam-se gastos com hospedagem, transporte, alimentação e despesas pessoais.
Elas variam conforme o destino. São cifras consideráveis. Segundo o consultor educacional da World Study, André Vieria, em um dos destinos mais baratos, o Canadá, as despesas não ficam em menos de R$ 3 mil por mês. "Sem contar o dinheiro extra que a pessoa deve levar para os imprevistos", diz
Mas a boa notícia para os brasileiros que estão planejamento a viagem vem da economia. A trajetória descendente do dólar nos últimos meses torna o momento ideal do ponto de vista financeiro. Na avaliação do economista Mauro Halfeld o período está "surpreendente favorável". Mas ele faz questão de alertar que as pessoas não podem se "assustar" com as notícias sobre a desvalorização da moeda americana. "É um bom negócio, já que a compra de dólar mais barato ajuda a garantir a viagem", avalia.
Halfeld indica dois caminhos, segundo ele bem práticos, para poupar os recursos: os fundos cambiais, que servem para proteger o investidor da variação do câmbio; e a compra de traveller check (cheque de viagem), em dólar ou em euro. Aceito em hotéis e diversos estabelecimentos comerciais no mundo, se estiver na moeda local, o traveller check também pode ser trocado por papel-moeda nas instituições financeiras.
Estas alternativas, na atual conjuntura econômica, não teriam rentabilidade indicada caso o objetivo fosse o ganho especulativo com o câmbio. "Mas são opções ideais para os que desejam ter o prazer de viajar para o exterior", avalia o economista. Para quem tem estes planos, ele alerta sobre a imprevisibilidade da economia. "Ninguém sabe o dia de amanhã. O dólar pode disparar e a pessoa acabará lamentando a perda de uma oportunidade como essa". Sobre o retorno desse tipo de investimento, Mauro Halfeld não tem dúvidas. "A experiência no exterior costuma ter um grande impacto na carreira e é um investimento que se paga", diz.
Com a mão no bolso
Segundo dados da empresa Improvement os intercâmbios de estudo têm os seguintes custos para o curso de línguas, hospedagem em casa de família com café e jantar:
Canadá (curso em Toronto)- US$ 1.150 (4 semanas) e mais US$ 200 (por semana) para despesas pessoais, transporte e outras refeições.
Irlanda (curso em Dublin) - US$ 1.090 (4 semanas) e mais US$ 239 (por semana) para despesas pessoais, transporte e outras refeições. Inglaterra (curso em Londres) US$ 1.420 (4 semanas) e mais US$ 266 (por semana) para despesas pessoais, transporte e outras refeições.
EUA (curso em San Diego) US$ 1795 (4 semanas) e mais US$ 250 (por semana) para despesas pessoais, transporte e outras refeições.
Já os intercâmbios de trabalho são programas auto-sustentáveis, mas segundo o consultor educacional da World Study, André Vieira, é recomendável ter uma reserva inicial de US$ 500 a US$ 1.000 para gastos eventuais. O destino mais procurado são os EUA e o custo médio é de US$ 2.085 (passagem, colocação, documentação e seguro médico) para um período de 4 meses. As despesas pessoais, hospedagem, alimentação e transporte custam em média US$ 500 por semana. Neste programa, os brasileiros ganham em média entre US$ 800 e US$ 1.500, por mês, para trabalhos operacionais.
- Intercâmbio atrai milhares de brasileiros para estudo e trabalho
- Maioria dos programas é aberta a todas as faixas etárias
- Brasileiros estão na mira de empresas estrangeiras
- Retirada do passaporte tem mais exigências a menores de 18 anos
- Cursos contam pontos nos processos seletivos e ajudam a alavancar carreira



