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Representante da segunda geração do Modernismo, São Bernardo é um romance narrado em primeira pessoa por Paulo Honório, que se propõe a escrever um livro sobre a própria vida. O narrador faz comentários sobre questões estilísticas de sua autobiografia (escreve sobre o ato de escrever), processo chamado de metalinguagem.

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Inescrupuloso e explorador, ele utiliza todos os meios para obter a posse da fazenda São Bernardo e torná-la mais produtiva. Paulo Honório representa a ideologia capitalista, que se choca com o ideal socialista de Madalena, mulher humanitária que não concorda com a forma como o marido trata os empregados.

O narrador reflete sobre a influência do meio em sua personalidade quando afirma: "A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste."

GêneroRomance

NarradorNarrador em primeira pessoa (Paulo Honório)

Personagens principaisPaulo Honório: Homem rude, obcecado pela fazenda São Bernardo. Madalena: Mulher de Paulo Honório. Representa visão socialista e humanitária, incompatível com o mundo capitalista do marido.Casimiro Lopes: Capanga de Paulo Honório. É comparado pelo patrão a um cão de guarda.Luiz Padilha: Ex-proprietário de São Bernardo. Após perder a posse da fazenda, é contratado por Paulo Honório como professor da escola que funciona na propriedade.

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TempoA narrativa se desenrola na década de 1930.

EspaçoO sertão de Alagoas, que é o estado natal do Graciliano Ramos. Quase todos os romancistas da segunda geração do Modernismo terão suas histórias ambientadas no Nordeste (as histórias de Jorge Amado, por exemplo, se passam na Bahia e as de Raquel de Queiroz, no Ceará).

Fonte: João Amálio Ribas, professor em Curitiba do Acesso e do Bom Jesus e, em Ponta Grossa, dos colégios Marista e Sagrada Família.

Veja um exemplo de questão da Federal:

(UFPR Litoral/2009) Considere o trecho abaixo, do romance São Bernardo, de Graciliano Ramos.

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"Conheci que Madalena era boa em demasia, mas não conheci tudo de uma vez. Ela se revelou pouco a pouco, e nunca se revelou inteiramente. A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste. E, falando assim, compreendo que perco o tempo. Com efeito, se me escapa o retrato moral de minha mulher, para que serve esta narrativa? Para nada, mas sou forçado a escrever."

Assinale a alternativa correta:

a) O personagem-narrador faz um balanço sobre seu relacionamento com Madalena e conclui que jamais conseguiu entendê-la.b) O personagem-narrador crê que a sua incapacidade de entender a esposa era resultado da vida de trabalho duro que teve, no agreste.c) Incapaz de retratar por inteiro a sua esposa, o narrador-personagem passa a se questionar sobre a validade do próprio ato de contar a sua história.d) Para o narrador-personagem, Madalena evitou revelar-se porque sua bondade, ou desprendimento, não combinava com qualquer tipo de exibicionismo.e) A sensação de perda de tempo, afirmada pelo personagem-narrador, está relacionada ao seu espírito racional ou, como ele mesmo diz, agreste.

Resposta: c)