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Entenda o caso

De 2007 até o ano passado, a CBG repassava à Cegin a verba do patrocínio da Caixa Econômica Federal (CEF) ao projeto Clube Caixa, de suporte ao treinamento de ginastas com potencial competitivo.

- No final de 2010, a Federação Paranaense de Ginástica (FPRG) encaminhou à CBG as planilhas de custo para o Clube Caixa em 2011. À Confede­­ra­­ção cabia repassar os dados para a CEF, como parte dos projetos da ginástica brasileira para o ano.

- Na assembleia da CBG, no final de fevereiro, a presidente da FPRG, Vicélia Florenzano, viu no orçamento da confederação que não havia informações sobre o repasse para a Cegin. O diretor financeiro da CBG, Ary Resende, informou que era porque faltava a confirmação do valor do contrato com a Caixa para 2011.

- O contrato foi firmado em 28 de fevereiro, no valor de R$ 9,5 milhões para o biênio 2011-2012. Há duas semanas, Vicélia entrou em contato com a Caixa e foi informada que o Clube Caixa não estava entre os programas que seriam atendidos via CBG para os próximos dois anos.

- Até o momento, a Cegin não foi oficialmente comunicada do corte da verba. Sem ter como angariar novos patrocínios – as empresas cos­­tumam fechar seu orçamentos entre novembro e dezembro – , o Projeto Caixa, que atende 32 duas ginastas, sendo quatro da seleção brasileira. está sem verba para este ano.

Sem resposta, sem verba e com risco de encerrar as atividades. Des­­sa forma, segue o principal centro de treinamento da ginástica artística do Paraná.

O Cegin (Centro de Excelência em Ginástica) ainda não recebeu a notificação oficial da Confede­­ra­­ção Brasileira (CBG) de que não contará mais com os R$ 437 mil anuais de pa­­tro­­cínio da Caixa Econômica Federal (CEF) para bancar o projeto Clube Caixa, que lapida talentos da modalidade para o alto rendimento.

Em entrevista à Gazeta do Po­­vo, a presidente da CBG, Maria Lu­­ciene Resende, confirmou que a Cegin não receberá mais o valor pago, até então, pela Caixa Eco­­nômica Federal (CEF), patrocinadora da confederação. A justificativa é que não é possível destinar a verba a um clube privado. Mas, mesmo após 50 minutos de entrevista, não respondeu se a prerrogativa é decisão da própria CBG ou um pedido do patrocinador.

O departamento de marketing da Caixa, por sua vez, informou que é responsabilidade do patrocinado definir a aplicação dos valores liberados. O contrato para o biênio 2011-2012 é de R$ 9,5 mi­­lhões e foi assinado em 28 de fevereiro. Desse valor, segundo Lu­­ciene, serão repassados ao Paraná R$ 169 mil neste ano, para a ma­­nutenção dos três Centros de Ex­­ celência voltados à iniciação es­­portiva de crianças e formação da base de ginastas. São R$ 125 mil à ginástica artística em geral e R$ 22 mil para a ginástica artística em Toledo. Outros R$ 22 mil vão para a ginástica rítmica na capital.

"Não houve corte de recursos. Apenas apresentamos [à Caixa] os projetos da Confederação e os das federações. Foi aprovado o montante apresentado pela CBG, com valores para contemplar apenas o planejamento estabelecido pela Confederação", afirma Luciene, em resposta à presidente da Fede­­ra­­­­ção Paranaense de Ginástica (FPRG) e ex-presidente da CBG, Vi­­célia Florenzano, que disse achar que o corte foi obra da confederação.

Mesmo sem a verba, os treinos seguem no Clube Caixa. Entre as atletas, estão quatro ginastas da se­­leção brasileira, Harumy de Frei­­tas, Priscila Coelho, Bruna Leal e Ethiene Franco. "Se acontecer de não conseguirmos o dinheiro [com um novo patrocinador], não teremos outra saída. Teremos de fechar", afirma a diretora técnica da FPRG, Eliane Martins.

Ela reclama abertamente do descaso da CBG. "Até agora não fomos comunicadas oficialmente e, se não fosse pela nossa pesquisa na Caixa, estaríamos na ilusão de receber. Nem mesmo depois da reportagem [publicada pela Gazeta do Povo no dia 6/3, em que anunciava a perda do patrocínio da Cegin], entraram em contato. Se dependesse deles, ainda estaríamos nos iludindo, esperando esse montante", diz.

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