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Os paranaenses sofrem com a marca de autofágicos. Nos grandes momentos de nossa história falta unidade de pensamento e, sobretudo, de objetivos construtivos para a grandeza do Paraná. Até parece que não temos identidade própria e forte, mascarando esse comportamento como timidez do povo. Não é verdade. Aqui, infelizmente, quem cresce por méritos próprios instila na vizinhança um desgraçado ciúme que se transforma em inveja. Poucos sabem – porque preferem ignorar – que a inveja é a maior homenagem que se presta à superioridade, como disse em frase lapidar José Ingenieros.

Encontro por um desses acasos afortunados o querido amigo e médico Costantino Costantini. Como dois amantes do futebol, logo falamos dos acontecimentos tristes promovidos no Couto Pereira por meia dúzia de malfeitores. Argentino de nascimento, torcedor do River Plate, brasileiro por escolha pessoal e paranaense pelo convívio social e profissional de mais de duas décadas, o dileto amigo se reporta à punição imposta ao Coritiba pelo STJD, sem esquecer da selvageria perpetrada por vândalos que não podem ser confundidos com a história do clube do Alto da Glória.

Simpatizante do intelectual e ex-governador do Paraná, Bento Munhoz da Rocha Netto, o famoso médico lembra das lições do ilustre paranaense combatendo a autofagia já identificada há mais de 60 anos no perfil dos paranaenses. Uma lição de vida de um dos maiores homens públicos do Paraná. Quando falei da necessidade de união de todos para apoiar o Coritiba contra a punição draconiana que sofreu do STJD, como dizia em aulas magistrais de Direito Penal o desembargador Ildefonso Marques, Costantino pediu licença e disparou: "Nunca devemos esquecer a condenação que Bento já fazia contra o veneno mortal da autofagia". Uma grande verdade.

Na política nacional não temos projeção. Quando Ney Braga galgou postos importantes da República não faltou quem tudo fizesse para minar o prestígio conquistado pelo ilustre filho da Lapa. Como consequência de conduta tão destrutiva sempre estamos longe do Poder, enquanto gaúchos, catarinenses, paulistas, mineiros e nordestinos tomam as rédeas da vida nacional.

Exemplifico para dizer aos paranaenses que o Coritiba precisa do apoio não apenas dos seus torcedores. Todos devemos ajudar com empenho e dedicação. Li com muita atenção o recurso que o professor René Dotti protocolou na última sexta-feira no STJD. Um documento com extraordinária substância jurídica. O Coritiba deveria produzir uma publicação didática das razões elaboradas pelos juristas que assinam o documento. Todos devem tomar conhecimento do recurso que desmistifica algumas aleivosias da denúncia e dos argumentos dos julgadores.

Maior responsável pela tragédia foi o péssimo esquema de segurança. Pouquíssimos policiais fardados para o enfrentamento com a turba furiosa. Dentre os invasores do gramado também alguns torcedores do guerreiro Flumi­­nense, que, merecidamente, não foi rebaixado. Razões de Direito devem ser de domínio público e sua leitura uma aula de Direito de notável autoria.

Paranaenses, uni-vos em benefício da justiça! Punir, sim, massacrar jamais!

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