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Na semana passada, o leitor Rafael Schram mandou mensagem questionando se o futuro dos grandes clubes brasileiros será ter duas equipes, que se dividam entre torneios nacionais e domésticos. É o que o Atlético está fazendo, com o sub-23 no Paranaense e o time principal resguardado para Brasileiro e Copa do Brasil.

Há dois caminhos para formar um time alternativo. O primeiro é dar atividade a jogadores que não são usados na equipe principal. Espanhóis fazem isso com suas equipes B; os ingleses, nos torneios de reservas; e os alemães, nas ligas regionais. O outro – adaptação brasileira – é desafogar o calendário.

Ao entregar o Paranaense ao sub-23, o Atlético economiza até 24 datas de uma temporada que pode chegar a 76 – caso o time avance à final da Copa do Brasil ou da Sul-Americana. É um benefício físico evidente, que traz como bônus ter a garotada em ação por um bom número de partidas em sequê­n­cia. Somente a partir do último terço da temporada, quando for possível dizer com segurança onde o Atlético vai chegar nos torneios nacionais, dará para dizer se a preparação estendida trouxe benefício prático. A tendência é que enquanto os estaduais existirem como são hoje, entregar sua disputa a expressinhos seja cada vez mais comum. Ou melhor, já é. O Grêmio abriu mão até dos Grenais para deixar seu time titular concentrado na Libertadores. O Fluminense, em menor grau, fez o mesmo no Rio. O caminho parece ser muito mais esse, de poupar de vários, mas não de todos os jogos, do que a renúncia completa feita pelo Atlético.

Há outra diferença fundamental. Mesmo que abrissem mão por completo do Estadual, Grêmio e Fluminense teriam entrado em campo pra valer 12 e 10 vezes (respectivamente) até o início do Brasileiro. Uma média bem aceitável para quatro meses de temporada. O Atlético terá feito quatro jogos oficiais no mesmo período.

Estar em campo, mesmo no Estadual, é sinônimo de lucro para jogadores. Abre possibilidades comerciais, garante alguma evidência na imprensa e fornece material para DVDs de empresário e observações de clubes do exterior. Os clubes brasileiros também tiram vantagem desse cenário. Acontece que o prejuízo de jogar torneios desinteressantes ainda é maior. Escalar sub-23 ou reservas no Estadual é o grito mais forte para expressar esse cenário. Resta ver se a organização do futebol nacional vai ouvir e atender a esse apelo.

Perdas e danos

O Atlético foi mais longe do que se supunha no Estadual. Para quem veio até aqui, é tentador dar mais três passos e levar o título. E perdê-lo não deixará marcas. O Londrina se outorgou campeão moral do primeiro turno. Pode ser campeão de fato do segundo e ainda levantar o caneco. Se tudo der errado, terá sempre as costas de Felipe Gomes da Silva para jogar suas mágoas – mesmo injustamente.

Para o Coritiba, o campeonato tomou tal rumo que vencê-lo já foi opção e obrigação, mas agora é necessidade para evitar uma turbulência incontrolável na entrada do Brasileiro.

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