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A força da cartolagem para estragar o Atletiba de amanhã é enorme. Clássico na Quarta-Feira de Cinzas, demora na definição do estádio, discordância sobre quantas torcidas poderão comparecer à Vila Capanema, descumprimento do prazo mínimo para venda de ingressos... Mas como em um castigo divino, o clássico se desenha emocionante e decisivo. O resultado de amanhã definirá o primeiro turno, seja a favor do vencedor do clássico ou em benefício do Cianorte, caso haja empate no Durival Britto e Silva.

Se o aspecto decisivo dá o tempero, o Atletiba ganhará forma mesmo de acordo com a montagem das equipes. Tenho muita curiosidade em ver como o Atlético de Carrasco se comportará em um clássico. Será um desafio para o uruguaio conciliar a tensão natural de quem enfrenta o maior rival, o abatimento por perder a invencibilidade e a motivação de mostrar, em um grande jogo, que este jovem elenco pode, sim, ser a base para a dura temporada rubro-negra.

Carrasco abriu a possibilidade de escalar Harrison e Ligüera juntos. Será este o momento? O time perde poder de marcação, mas ganha uma capacidade extraordinária de manter a bola no pé e atacar. Ricardinho é outra peça fundamental. Aberto pela esquerda, pode complicar a saída de bola de Jackson e explorar a frágil diagonal direita da defesa coxa-branca.

Para o Coritiba, o caminho da mina é semelhante. Carrasco já escalou Pablo (um atacante), Paulo Octávio (lateral canhoto) e Bruno Costa (um zagueiro canhoto) de lateral-direito. Em todos os casos o Atlético teve problema de marcação, algo que nem a estreia do ofensivo Adriano deve ser capaz de corrigir. Abrir Rafinha pela esquerda é uma ótima opção para o Coxa. A troca de posições constante entre Lincoln, Renan Oliveira e Rafinha também pode ser valiosa para explorar buracos na defesa atleticana, que costuma oscilar entre uma linha de três e uma de quatro jogadores.

E como ficam Tcheco e Marcel? O Coritiba geralmente melhora com Tcheco em campo. Não foi assim domingo, contra o Ope­­rário, quando ele entrou mal. Marcelo Oliveira parece convencido de que é capaz de transformar Júnior Urso em segundo volante da mesma forma que transformou Lucas Mendes em lateral. O Atletiba é uma ótima oportunidade de comprovar essa tese, além de a dupla Willian e Urso ter muito mais condições de bloquear o meio de campo atleticano. Marcel tem experiência em Atletiba e esse é praticamente o único aspecto que justifica sua escalação no clássico. Caio Vinícius começou flamejante a partida com o Ope­­rário, mas apagou com a primeira chance perdida. Vale assumir o risco de acontecer o mesmo em um jogo muito mais tenso?

As alternativas são inúmeras. Marcelo e Carrasco devem estar com o cérebro a mil por hora. É um alento saber que tem alguém pensando em como proporcionar um belo espetáculo a coxas e atleticanos.

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