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Apesar de jogar em um time modesto, na liga norte-americana, Júlio César tem a total confiança de Felipão | Hugo Harada, enviado especial/ Gazeta do Povo
Apesar de jogar em um time modesto, na liga norte-americana, Júlio César tem a total confiança de Felipão| Foto: Hugo Harada, enviado especial/ Gazeta do Povo

Um goleiro com experiência frustrante em Copa, relegado a um time pequeno e com total confiança dentro da seleção. É a história de Taffarel em 1994. E a de Jú­­lio César em 2014. Uma coincidência separada por 20 anos, que a comissão técnica atual espera ver com o mesmo fim. "A confiança que o Júlio César chega a essa Copa é exatamente a mesma do Taffarel em 1994. A história se repete", disse Carlos Alberto Parreira, treinador no tetracampeonato e hoje coordenador técnico.

Parreira apostou em um Taffarel em baixa. Titular na eliminação brasileira em 1990, não era nem banco no Parma, que queimava com jogadores de linha sua cota de três estrangeiros. A inatividade prejudicou o goleiro nas Eliminatórias e o fez pedir para ser emprestado ao Reggiana. Evitou o rebaixamento do clube italiano e chegou para ser um dos heróis do tetra.

A fase de Júlio César é pior. Escanteado após a Copa de 2010, tornou-se titular de Felipão logo na primeira lista, mesmo a caminho da Segunda Divisão inglesa com o Queens Park Rangers. Campeão e melhor goleiro da Copa das Confederações, não conseguiu se manter no mercado europeu. Migrou para o Toronto, da liga dos EUA.

"Foi o único clube que me abriu as portas. Falaram que eu ia jogar com o Mickey, o Pato Donald... Para goleiro não pesa tanto o nível da liga. Estou ali para agarrar e vou fazer isso em qualquer liga", afirmou.

O acerto permitiu a Júlio César jogar, mas não na quantidade e na qualidade suficientes. Fez sete jogos, sofreu nove gols. "Saí muito chateado", reconheceu. Como também admite que precisa extrair o máximo da fase de preparação para retribuir a aposta de Felipão, que anunciou sua convocação ainda em setembro.

"Chego questionado. Toda relação de confiança é uma troca. É um risco que eles estão correndo, mas vou retribuir", disse o goleiro, quarto brasileiro a ser titular na posição em mais de uma Copa. Os outros são Gilmar (1958 e 62), Leão (1974 e 78) e Taffarel (1990, 94 e 98).

"Pode ser minha última Copa, é um orgulho ser dos poucos titulares em duas e espero me juntar ao Gilmar e ao Taffarel", disse, sem perceber que terá mais semelhanças com o goleiro do tetra do que uma estatística.

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