Enquanto se apressa para ajeitar alguns dos inúmeros detalhes inacabados da Arena, como a falta do laudo de engenharia que coloca em risco o jogo-teste desta noite contra o Corinthians, o Atlético busca internamente uma maneira de sustentá-lo.
A pouco mais de um mês de virar palco da Copa do Mundo, o clube ainda não anunciou efetivas receitas para bancar o estádio, que ficou maior, mais moderno e mais caro. O projeto de negócio não saiu do papel.
Só em manutenção, o Rubro-Negro deve gastar cerca de R$ 4,8 milhões anuais. O Furacão não revela os valores, mas, de acordo com o diretor da Pluri Consultoria, Fernando Ferreira, um estudo internacional aponta que o custo para manter uma arena gira em torno de 8% a 10% do valor total do estádio que, no caso do complexo atleticano, ultrapassará a casa dos R$ 400 milhões, segundo o consultor de marketing esportivo Amir Somoggi.
O montante bate, por exemplo, com o custo estimado de manutenção da Arena da Amazônia, cuja capacidade é semelhante à do Joaquim Américo (44 mil x 41,4 mil lugares). Serão gastos em Manaus cerca de R$ 500 mil por mês cinco vezes mais do que os R$ 100 mil do antigo Vivaldão.
Soma-se a este gasto o pagamento do robusto "carnê" de financiamento assumido pelo clube pelos próximos 15 anos para adequar o estádio ao padrão Fifa, com custo atualizado de R$ 330,6 milhões. Na interpretação rubro-negra, o acordo tripartite confere ao clube a responsabilidade de bancar 1/3 do valor. Prefeitura e governo, contudo, defendem que a divisão de custos foi estabelecida quando as obras estavam orçadas em R$ 184,6 milhões.
Além dos juros que já estão sendo amortizados, o primeiro grande desfalque nos cofres rubro-negros está marcado para dezembro deste ano. É quando o clube precisa quitar os R$ 14,5 milhões despendidos pela prefeitura nas desapropriações no entorno do estádio.
Uma das primeiras metas atleticanas para começar a tornar a Arena viável e lucrativa é batizá-la. Com a venda do nome (ou naming rights) o Atlético pretende chegar a R$ 4,5 milhões/anuais, com um contrato de 20 anos (R$ 90 milhões no total). Até 2016, a previsão do clube é atingir uma receita anual de R$ 75,4 milhões com a Baixada em 2011 quando o estádio fechou para a reforma, a arrecadação ficou em R$ 20 milhões.
O estádio também será um chamariz para novos sócios. A intenção do clube é chegar a 35,9 mil associados representando uma receita líquida de R$ 23,2 milhões até 2016.
A reportagem tentou contato com o clube, via assessoria de imprensa, mas não obteve resposta.
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