O Coritiba está de volta à elite do Campeonato Brasileiro. Nesta terça-feira (9), após vencer por 3 a 2 o Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, o time dirigido por Ney Franco superou um dos piores momentos na centenária história alviverde.

CARREGANDO :)

Arquibancada Virtual: Parabéns Coritiba!

Presidente da CBF parabeniza o Coritiba.

Publicidade

Novo técnico não está empregado, diz diretoria.

Carneiro Neto comenta o acesso do Coxa.

Tostão escreve sobre a virada coxa-branca.

Com o resultado em São Januário, o clube não só retorna a figurar entre os grandes como levanta a cabeça em relação à barbárie ocorrida na última partida do ano passado, ante o Fluminense, no Couto Pereira – torcedores organizados invadiram o gramado e protagonizaram uma luta campal contra a polícia, tornando a redenção alviverde motivo de dúvida generalizada.

Fora das quatro linhas, o clube do Alto da Glória teve de se contentar em aceitar como vitória jurídica – e realmente foi – jogar dez partidas com seu mando de campo em Joinville (SC). Mas pagou pelo vandalismo com a vontade e superação de um time que mostrou, na linguagem do futebol, ‘vergonha na cara’. Boa parte do grupo que ontem comemorou a classificação estava presente na queda. A comissão técnica inclusive.

Publicidade

"Coloquei isso como um desafio pessoal para mim. Sabia que seria um ano difícil, mas defini que ao final desta temporada gostaria de poder olhar para trás e ver que aquilo [a queda] já passou", afirmou o técnico Ney Franco. "Quando uma equipe cai, normalmente o primeiro que vai é o treinador. E o que me fez ficar foi a procura do clube para que eu desenvolvesse um projeto."

Do antigo G9 alviverde, a cúpula administrativa, apenas o presidente Jair Cirino foi mantido. Internamente, ele foi preservado para não sair com a pecha de derrotado. Na noite quente carioca, o dirigente estava aliviado – um dos mais emocionados com a redenção.

"Dá orgulho presidir um grupo como esse, mas o mérito é de toda a instituição. O Coritiba volta a ocupar o seu lugar, que é de direito. Agora vamos ao título", ressaltou o cartola, que chegou a ser perseguido e ameaçado por vândalos após a queda de divisão.

A redenção desta terça lembrou – e muito – a saga de três anos atrás, quando o Coxa bateu o Santa Cruz, no Recife, também por 3 a 2, sacramentando o título da Série B nos minutos finais com um gol "quase espírita" de Henrique Dias.

Desta vez o herói foi Marcos Aurélio que, aos 44 do segundo tempo, completou o sofrido enredo de um clube que precisou lutar até o fim.

Publicidade

Os gols de Léo Gago e Enrico, logo no começo da partida, poderiam indicar facilidade. Doce engano. O Duque também queria ser protagonista, e lá foram Somália e Frontini atrapalhar a vida coxa-branca. Até que Marcos Aurélio completou, com extrema categoria, a jogada de Tcheco.

"O sofrimento foi muito grande, mas acabou", disse o herói, atrapalhado pelo coro de o "O Coritiba voltou!", canção que embalou a alegria coxa-branco no gramado de São Januário. "Essa equipe é guerreira e agora já pode sorrir", emendou o capitão Jéci, remanescente da batalha de 2007 – e do fiasco do ano passado.

O projeto que parecia ter data para terminar ontem, porém, continua, como fizeram questão de frisar os jogadores. Foi estendido para, no mínimo, mais uma rodada. É quando o Coritiba quer comemorar o segundo título da Série B. Sábado (13), às 17 horas, o Coxa pode festejar com a torcida essa sacudida de poeira. Se vencer o Figueirense, no Couto, e o Bahia não derrotar a Portuguesa, às 21h, o Alviverde será bicampeão da Segundona.

"Quero entrar em campo e aplaudir a nossa torcida. Somos apenas os convidados desta grande festa [de sábado]", cravou Ney Franco, que abriu a coletiva cantando "É hoje", samba-enredo da União da Ilha de 1981. Afinal, ontem, a alegria coxa também atravessou o mar.

A nota triste do acesso ficou por conta da morte de Regino Reboli, o Hygino, meia do clube nos anos 30 e 40 e que era o mais velho ex-atleta Alviverde vivo. Ele morreu de causa natural na manhã de quarta-feira.

Publicidade

Colaborou Carlos Eduardo Vicelli

Veja também
  • Orçamento "robusto" gera retomada de investimentos
  • Parceiro coxa anuncia fim de paternalismo
  • O jogo dos 7 erros
  • Ney Franco diz que "pagou dívida" com o clube
  • Orgulho a gente conquista
  • Vilson Ribeiro: "Não me interessa treinador de quatro ou seis meses"