Coritiba tenta driblar ansiedade da torcida
O clima é de expectativa, mas o Coritiba faz de tudo para que o jogo da volta ao Couto Pereira, sábado, 15h50, contra a Portuguesa, pela Série B, torne-se apenas mais uma partida de futebol.
Alviverdes
Equipe 1
O técnico Ney Franco ainda tem dúvidas para definir a equipe que encara a Portuguesa. A primeira delas é no gol: Édson Bastos foi liberado pelo departamento médico depois do acidente doméstico que lhe rendeu cinco pontos na mão direita. Ele disputa vaga com Vanderlei. No meio de campo, Franco define hoje se utilizará Tcheco desde o começo do jogo e por quanto tempo ele ficará em campo.
Equipe 2
O coletivo da tarde também definirá a volta de Léo Gago à equipe. Leandro Donizete, Dudu e Marcos Aurélio são desfalques certos. A tendência é a manutenção da equipe-base nos últimos jogos, com as alterações citadas: Édson Bastos (ou Vanderlei); Jéci, Pereira e Cleiton; Fabinho Capixaba, Andrade, Léo Gago (ou Marcos Paulo), Tcheco (ou Enrico) e Dênis; Rafinha e Leonardo (ou Betinho).
A média de público do Alviverde em Joinville não foi das melhores. Em dez jogos, o Coxa levou a Arena Joinville 33.156 3.315 torcedores/partida. Mas as histórias que os torcedores terão para contar refletem com rara perfeição o efeito que o futebol tem na vida dos aficionados.
Para o torcedor coritibano que resolveu acompanhar e apoiar a equipe em um dos piores momentos da história do clube, os 120 quilômetros até a cidade catarinense não chegaram nem perto de virar empecilho. Tampouco a família, o trabalho, ou o dinheiro conseguiram efeito semelhante.
A cada partida do que o clube mandava na cidade catarinense, uma pequena caravana improvisada pegava a BR-376. Em vans, carros, se reconheciam apenas pela camisa do clube, nos postos de gasolina ou no espetinho em frente do estádio, uma das poucas opções de comida na volta da Arena.
"Ficamos até amigos do tiozinho. Já que era a única coisa que tinha para comer na volta e barato", lembra o empresário Rodrigo Papov, que assistiu noves dos dez jogos em Santa Catarina. "Minha filha nasceu sábado, no domingo foi o dia das mães. Mas na terça não aguentei e me mandei para Joinville com os amigos para acompanhar o Coxa contra o América-MG [na segunda rodada]."
Papov perdeu apenas o duelo com o Duque de Caxias, na 16.ª rodada. O voo de São Paulo a Curitiba atrasou. O torcedor chegou em casa correndo, mas já havia perdido a carona.
Normalmente, no período de exílio, às terças-feiras exigiram bastante dos fãs. Desculpas no emprego, agrados antecipados para as namoradas. Nos jogos às 21 horas, a viagem começava às 17 horas. Mas quando o confronto começava às 19h30, o movimento da rodovia aumentava lá pelas 15 horas.
"Saíamos mais cedo para dar tempo de tomar uma cervejinha. Na volta, normalmente chegávamos em Curitiba lá pela 1, 2 da manhã", lembra Daniel Zanuzzo.
Para ele o deslocamente mais emocionante foi contra o Duque de Caxias. O grupo quase não chegou a tempo no jogo, o Coxa perdeu, e a van que tinham alugado ainda bateu na volta. Ninguém ficou machucado, e o fato virou piada à espera do resgate, tomando uma cerveja na beira da estrada.
Caso ainda mais curioso, no entanto, foi o de Nelson Ubiratan Baptista Júnior. Semanalmente ele tinha de conciliar as partidas do Coxa com o campeonato de pôquer que disputava no mesmo dia de boa parte dos jogos: terça-feira.
"Consegui ir a sete jogos. Para isso deixei alguns encontros de pôquer de lado. Como estava em segundo lugar, fui administrando. No fim, tive de faltar três partidas do Coxa. Mas, ao menos, ganhei nas cartas", conta. Ele não revela o valor do prêmio, mas garante que pagou os gastos com as viagens em média, R$ 50 por jogo, afinal, quase todos eram sócios.
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