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A festa continua para o judô brasileiro na Arena Olímpica do Rio de Janeiro, onde está sendo disputado o Mundial da categoria. Pela primeira vez na história do país em mundiais, João Derly conquistou o bicampeonato, garantindo ainda ao Brasil a liderança no quadro geral de medalhas com três ouros e um bronze.

O ouro de Derly e o quinto lugar de Érika Miranda no meio-leve deram ainda a vaga para o país nos respectivos pesos dos Jogos Olímpicos de Pequim. Derly será o representante do Brasil no meio-leve em 2008 por já ter o melhor desempenho na categoria. Os outros brasileiros deste sábado não foram bem. No leve, Danielle Zangrando foi eliminada na segunda luta e Leandro Guilheiro perdeu a chance do bronze na primeira disputa da repescagem.

A caminhada de João Derly rumo ao título histórico foi de muita batalha para o gaúcho, que precisou vencer três disputas no golden score (Ritubilige Wu (CHI), Armen Nazaryan (ARM) e Yordanis Arencíbia (CUB)). Mas foi a da final que pareceu a mais suada e tensa para a torcida brasileira. Do outro lado estava o maior rival de Derly no meio-leve, Arencíbia, que já havia dado trabalho a João na semifinal dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro.

Os primeiros cinco minutos de luta foram de muito estudo por parte dos dois velhos conhecidos, que por falta de combatividade receberam duas punições. Com o placar empatado em 0 a 0, a final foi para o golden score. E, novamente, João Derly levou a melhor. Após os dois lutadores sofrerem nova punição por falta de combatividade, Derly catou a perna de Arencíbia, derrubando-o e conseguindo um koka, a menor pontuação do judô, mas suficiente para garantir a vitória.

- O objetivo era ser campeão. Com isso, ganhei a vaga olímpica e o bicampeonato mundial. Em 2005, tive a felicidade de não ser muito estudado, e de certa forma foi mais fácil. Agora neste ano, puderam me estudar melhor, o que me dificultou mais na competição - diz Derly.

Quinto lugar garante vaga para Érika em Pequim

Após uma excelente campanha nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, quando ficou com a prata após derrota polêmica para a cubana Sheila Espionosa, a meio-leve Érika voltou a surpreender, desta vez no Mundial, ficando em quinto e garantindo a vaga para os Jogos Olímpicos de Pequim. Sempre muito ofensiva, a mineira de 20 anos passou rápido em sua primeira luta, com um ippon em 19s sobre a eslovênia Petra Nareks.

Em sua segunda luta, Érika teve muito trabalho contra a coreana Kyung Ok Kim, que se defendeu muito bem. O drama da mineira começou quando ela sofreu uma queda faltando 20s para o fim, ficando atrás no placar por um koka. Apesar da desvantagem, a brasileira não desanimou e partiu para cima, pressionando Kyung Kim, forçando que ela cometesse um falso ataque, o que garantiu a virada e a passagem de Érika nas semifinais.

Apesar de ter lutado sempre no ataque, na semifinal, Érika Miranda entrou respeitando bastante a sua adversária, a bicampeã européia Telma Monteiro, de Portugal. Preocupada com a catada de perna da adversária, Érika mostrou muita passividade, sofrendo diversas punições, que lhe custaram a luta pelo ouro. Na disputa pelo bronze, Érika voltou a mostrar ofensividade, mas desta vez acabou surpreendida pela japonesa Yuka Nishida, que com uma queda conseguiu um ippon logo no início da luta.

Azerbaijão no caminho de Zangrando e Guilheiro

Alegria para Derly e Érika, tristeza para Danielle Zangrando e Leandro Guilheiro. Terceira colocada no Mundial de Tóquio, em 1995, Zangrando perdeu em sua segunda luta para a atleta do Azerbaijão Kifayat Gasimova, por ippon. As esperanças da luta pelo bronze foram à terra para a brasileira quando Gasimova perdeu nas quartas-de-final para a norte-coreana Sun Hui Kye.

Já Leandro Guilheiro segue sua batalha contra uma hérnia de disco, que vem lhe incomodando desde o Pan do Rio. As dores atrapalharam o treino para este Mundial e o santista viu o sonho do ouro ir embora ao ser derrotado pelo atleta do Azerbaijão Elnur Mammadli. Guilheiro ainda conseguiu ir para a repescagem, mas voltou a ter problemas, perdendo logo de cara para o canadense Nichollas Tritton, o mesmo que havia vencido no último Pan.

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