Evento realizado em Roma, em 12 e 13 de maio, afirmou a necessidade de uma nova narrativa da família| Foto: Bigstock/yurakrasil
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Nos dias 12 e 13 de maio, realizaram-se em Roma os Estados Gerais da Natalidade. Foi um evento de alcance nacional organizado pela Fondazione per la Natalità [Fundação pela Natalidade], presidida por Gigi De Paolo, que preside também o Foro de Associações Familiares. Para além da luta contra o inverno demográfico – que preocupa muito, porque a Itália está, com Malta e a Espanha, no fim da fila da Europa –, converteu-se numa grande vitrine civil para a defesa e o apoio da família. [Os Estados Gerais de Natalidade são um encontro promovido desde 2021 por associações italianas com apoio do Papa Francisco. (N. t.)] [Gigi De Paolo é um jornalista, assessor e ativista católico, pai de cinco, que militava em prol da lei natalista que a Itália acaba de aprovar. (N. t.)]

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Sob o lema “Si può fare!” (“Dá pra fazer!”), instituições e empresários, jornalistas, políticos e esportistas, cientistas e médicos, intelectuais e artistas, manifestaram perante milhares de estudantes o seu compromisso com o futuro do país.

Uma lei de família

O compromisso inclui a Ministra de Igualdade de Oportunidades e Família, Elena Bonetti, do partido Italia Viva: após a aprovação da chamada “Family Act” – lei da família –, que acaba de ser promulgada, promete que os diversos regulamentos indispensáveis para a sua aplicação estarão prontos antes do final da legislatura, e atenderão às críticas razoáveis sobre o funcionamento do subsidio único e universal (com uma dotação orçamentária de 20 bilhões de euros), que entrou em vigor em março: outorga-se por cada filho até a idade de 21 anos, sem limite de idade para os deficientes, e em quantia determinada pela situação econômica da unidade familiar, segundo o ISEE (Indicatore della Situazione Economica Equivalente, ou Indicador da Situação Econômica Equivalente).

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A ministra reconhece, numa entrevista ao jornal Avvenire durante a inauguração dos Estados Gerais da Natalidade, que é necessário liberar as energias de todos, criar alianças entre as gerações e os sexos, bem como dar lugar ao protagonismo das mulheres e dos jovens de modo particular. O Governo está plenamente consciente, e optou por investir nessas questões como nunca antes, não só em termos de recursos econômicos, como também de estrutura e visão política.

Um objetivo prioritário da lei é apoiar a missão educativa das famílias, mediante contrapartidas orçamentárias para ajudar a aliviar o peso econômico que se supõe, não só em matéria na questão das guardas. É preciso acionar os instrumentos previstos para apoiar a educação dos filhos ao longo da vida. Por outro lado, serão reformadas e aprimoradas as licenças paternidade, e serão fomentadas as iniciativas empresariais que apoiem a maternidade.

Nova narrativa da família

Nessa linha, uma das sessões afirmou a necessidade de uma nova narrativa da família. Não basta descrever e analisar um conjunto de dificuldades conhecidas. Como escreve Massimo Calvi no Avvenire, a política na Itália tem que aprender a ser muito mais ousada quando se trata da questão familiar. Por exemplo, a respeito da crise climática: quem põe em perigo o futuro do planeta não é o bebê que nasce, mas o adulto que nunca chega a ser realmente pai, ainda que tenha filhos, e vive na ilusão do consumo infinito de recursos em virtude de um individualismo patológico e autodestrutivo. A política há de ser capaz de comunicar com valentia às famílias que “dá pra fazer”, porque a comunidade está disposta a apoiar a natalidade e a família sempre e em todas as medidas: a família é um recurso, não um problema. Também no que concerne às famílias dos imigrantes: são família antes de serem refugiados ou estrangeiros.

O debate sobre essa nova narrativa – com intervenções de várias figuras da mídia – incluiu também uma representação teatral sobre a paternidade na segunda jornada. Também foi plural a presença política: secretários do Azione, Partito Democratico, Lega; presidente dos Fratelli d’Italia; coordenador nacional do Italia Viva; vice-ministra econômica, do M5S; presidente da Comissão de Infância e Adolescência, do Forza Italia. Impôs-se a ideia de um pacto social e político que una a todos. Nas palavras de Enrico Letta, secretario do PD, o subsídio único e a lei de família são resultados muito positivos da atual legislatura: “Foram possíveis também graças ao trabalho realizado nos últimos anos pelos Estados Gerais de Natalidade”.

Unidade e diversidade

Essa diversidade alegrou o Papa Francisco, como manifestou expressamente na mensagem lida na inauguração: “As coisas podem mudar, se, sem medo, para além dos interesses partidários e dos fossos ideológicos, trabalharmos juntos”. Porque – concluía – “é hora de dar respostas reais às famílias e aos jovens: a esperança não pode nem deve morrer da espera”.

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Gigi De Palo está há sete anos insistindo no tema… Os líderes políticos lhe agradeceram por ter conseguido situar algo tão complexo no centro do debate público. Como reconhece numa entrevista, “o objetivo desses sete anos foi devolver a dignidade e a centralidade à questão da família”. Urge agora trabalhar em prol da natalidade: “Não é o momento de atalhos: não se pode curar um tumor com analgésicos”. E resume o balanço desses dias: “Grandes empresários, esportistas, médicos, escritores, atores, falaram da beleza da paternidade. E mandaram uma mensagem maravilhosa: apesar do esforço e da complexidade, vale a pena trazer ao mundo um filho, porque é muito mais belo que difícil”.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

©2022 Aceprensa. Publicado com permissão. Original em espanhol.