Diante da tendência de popularização dos carros elétricos, estações de recarga antecipam necessidade futura dos clientes.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

De olho no desenvolvimento da tecnologia e dos temas relacionados à sustentabilidade, as construtoras têm investido na oferta de pontos de recarga para carros e bicicletas elétricos em seus empreendimentos residenciais, antecipando-se à uma tendência do mercado e à uma futura necessidade de seus clientes.

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Em Curitiba, imóveis já entregues contam com vagas destinadas à recarga dos veículos elétricos, enquanto outros que estão em fase de obras preveem a oferta das estações de recarga em seus projetos.

É o caso, por exemplo, dos empreendimentos Ícaro e Mandala, da AG7 Realty, que terão nove e dez “vagas elétricas”, respectivamente. Jéssica Custódio, analista de incorporação plena da empresa, diz que em pouco tempo esta será uma tecnologia muito útil e necessária devido à busca das pessoas por meios para se locomover sem poluir, o que estimulou o investimento da construtora no sistema.

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“A oferta dos pontos é mais um incentivo para que as pessoas tenham no condomínio a infraestrutura de que precisam caso queiram adotar um veículo elétrico como meio de transporte”, pontua. O empreendimento iGloo, já entregue pela empresa, também conta com pontos para recarga elétrica.

Outro fator que estimula a adoção do sistema é o desejo das construtoras de deixarem seus empreendimentos atualizados para as próximas décadas, sem que o condomínio precise investir em uma possível adaptação. “Itens como este valorizam o patrimônio no futuro, pois, se for vender, o cliente terá um imóvel contemporâneo e não desatualizado”, acrescenta Luiz Francisco Viana Júnior, presidente da VistaCorp Empreendimentos, que prevê a instalação dos pontos no projeto do Barigui Woodland Park Residence.

Tecnologia

As construtoras afirmam que a oferta das estações de recarga é facilmente incorporada ao projeto, desde que seja pensada desde sua concepção inicial. Para isso, elas precisam prever a potência elétrica (que gira em torno de 3,60kW/220V em cada tomada) e o espaço físico para a instalação dos disjuntores nos quadros de distribuição, além da tubulação necessária para a alimentação elétrica destes até as tomadas, como explica o engenheiro elétrico Armando Nati.

As empresas costumam, ainda, diferenciar por meio de sinalização visual as vagas que contam com os pontos de recarga.

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Consumo

De forma geral, os sistemas oferecidos pelas construtoras preveem a diluição do consumo das tomadas no custo total da energia elétrica utilizada nas áreas comuns do empreendimento, ficando a cargo dos moradores qualquer mudança na forma da cobrança.

Outras empresas, como a San Remo, adotam o sistema de medição individual. “Nele, a fiação das tomadas é conectada ao medidor de cada apartamento, fazendo com que os custos sejam individuais e não entrem no rateio do condomínio”, explica Aline Perussolo Soares, diretora de marketing da construtora. O empreendimento Palazzo Lumini, já entregue pela empresa, conta com pontos de recarga, que também estão previstos nos projetos do BW Residence e do Queen Victória.

Empreendimentos comerciais também entram na “onda elétrica”

Para oferecer um atrativo a mais aos seus clientes, alguns empreendimentos comerciais também passaram a contar pontos de recarga para veículos elétricos em seus estacionamentos. É o caso, por exemplo, do Pátio Batel.

Inaugurado em 2013, o shopping conta duas vagas e três pontos de recarga para carros elétricos, dois para tomadas de padrão americano e um para as de modelo europeu.

Frederico Hintz, gerente de operações do Pátio Batel, conta que a oferta do sistema já estava prevista desde o início do conceito do shopping, alinhado às tendências do mercado. “Como o shopping tem um viés inovador, estávamos já pensando à frente”, completa.

Para “abastecer” o carro, os clientes não têm nenhum custo. Basta estacionar o veículo em uma das vagas e ligar o carro à tomada para que ele seja recarregado enquanto se vai às compras. “A ideia era a de não criar nenhum tipo de barreira para o cliente, como a necessidade de cadastro, para que ele possa aproveitar o shopping”, acrescenta Hintz.

Por não contar com algum tipo de controle, o gerente diz ser difícil precisar o número de clientes que utilizam o sistema, mas afirma que ele vem crescendo.