Imagem ilustrativa.| Foto: Reprodução/Pixabay

Foi com lágrimas nos olhos que o juiz Luciano Ribeiro Guimarães Filho, titular da 1ª Vara de Feitos de Relações de Consumo Cível e Comerciais da Comarca de Jequié (BA), a 370 quilômetros de Salvador, diz ter proferido sentença que emancipou jovem de 17 anos, ainda que ela não cumprisse requisitos como estudar ou possuir renda própria. 

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As informações são do Tribunal de Justiça da Bahia e da Defensoria Pública do Estado da Bahia, que representou a adolescente na ação. 

Nossas convicções: Os responsáveis pelo bem comum

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Órfã de pai e abandonada pela mãe, a garota vive sozinha desde os 11 anos e chegou a morar em um galinheiro à beira da BR-330. Aos 13 anos, iniciou um relacionamento com um carroceiro, sendo que a renda de ambos é aproximadamente R$ 100 mensais. O primeiro filho do casal morreu ainda bebê, enquanto o segundo está prestes a completar dois anos. Atualmente, eles moram “de favor” em uma casinha que já foi requisitada pelos proprietários. 

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Com a ajuda de uma assistente social, ela conseguiu se inscrever no programa Minha Casa Minha Vida, sendo sorteada e contemplada com uma casa própria num conjunto residencial de Jequié. A Caixa Econômica Federal (CEF), no entanto, não prosseguiu com o fechamento do contrato pelo fato de a jovem ser menor de idade. 

Nossas convicçõesA dignidade da pessoa humana

Na decisão judicial, escrita em primeira pessoa, algo incomum no Judiciário, Guimarães Filho lembrou que a Constituição Federal garante aos brasileiros tanto o direito a uma vida digna (art. 1°, III) quanto à moradia (art. 6°). 

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ConvicçõesA finalidade do Estado e do governo

“O juiz, como estamos exaustos de saber, não é Deus, e não há ser humano que consiga deixar de sofrer ao se deparar com a situação da autora. Todo juiz(íza) por prevalência e anterioridade, é um SER HUMANO. Aliás, no dia em que realizada a audiência de instrução, foi difícil conciliar a noite ao sono”, anotou o magistrado, que também revelou ter abraçado a jovem ao fim da audiência. 

Para Guimarães Filho, a própria vida já emancipara a adolescente, cabendo à Justiça apenas chancelar o fato. E finalizou: “como toda sertaneja, és uma forte!”. Leia a sentença completa.